Conte-nos que nome comum gostaria de dar a estas cinco espécies de borboletas que apenas têm nome científico. Submeta as suas propostas neste formulário e junte-se à iniciativa “Dar nome à traça” da associação Rede de Estações de Borboletas Noturnas, em parceria com a Wilder. As borboletas de junho receberam mais de 20 sugestões.
Antes de lhe apresentarmos as cinco espécies à procura de nome em Junho, aqui ficam os nomes selecionados do desafio de junho:
- traça-pudibunda para Calliteara pudibunda (Linnaeus, 1758)
- dálmata-vermelho para Chelis maculosa (Denis & Schiffermüller, 1775)
- traça-hispi para Apocheima hispidaria (Denis & Schiffermüller, 1775)
- borboleta-albacintada para Cleora cinctaria (Denis & Schiffermüller, 1775)
- pontilhada-das-bétulas para Aethalura punctulata (Denis & Schiffermüller, 1775)
As propostas para o desafio de julho ainda estão a ser selecionadas.
Euplexia lucipara (Linnaeus, 1758)
A borboleta Euplexia lucipara pertence à família Noctuidae. Distribui-se do Magrebe ao Japão e, em Portugal, está aparentemente confinada à metade norte. Frequenta principalmente habitats florestais com alguma humidade; contudo, pode ser registada também em áreas periurbanas. O seu epíteto específico em latim, lucipara, advém de duas palavras, “lucis” e “pario”, que significam “produzir luz”, o que deverá estar relacionado com o seu brilho natural. O nome popular inglês, ‘small angle shades’, está relacionado com a sua proximidade e semelhança à espécie Phlogophora meticulosa (‘angle shades’). A lagarta é polífaga, isto é, alimenta-se de uma grande variedade de plantas, neste caso principalmente de fetos e herbáceas. As asas anteriores dos adultos são de um rúbeo-ocre, com tons de púrpura. Os adultos têm uma envergadura entre 27 e 32 milímetros e voam de março a setembro.
Brithys crini (Fabricius, 1775)
A traça Brithys crini é uma espécie da família Noctuidae que se distribui um pouco por todo o mundo, exceto no continente americano. O seu epíteto específico, crini, faz referência a um dos géneros de plantas de que se alimenta na fase larvar – o género Crinum. Tendo uma distribuição tão vasta, a fase larvar depende de diferentes espécies vegetais em função da região do globo; contudo, tem uma clara preferência por plantas da família Amaryllidaceae. Em Portugal, a planta mais usual na sua dieta é, de longe, o narciso-das-areias (Pancratium maritimum), sendo uma espécie típica das dunas costeiras.
As lagartas são pretas e brancas com a cabeça vermelha. Já a borboleta apresenta alguma variabilidade nas cores que exibe, podendo ser quase totalmente negra, ou totalmente branca. A forma mais habitual tem a cabeça, o tórax e as asas anteriores de tom muito escuro, mas mais pálido em direção à ponta das asas. As asas posteriores são praticamente brancas. Com uma envergadura entre 33 e 43 milímetros, pode ser vista a voar principalmente entre maio e julho. Uma das ameaças a esta espécie é a forte pressão urbanística que se faz sentir no litoral e que provoca a destruição ou degradação dos habitats dunares costeiros de que depende.
Pseudoips prasinana (Linnaeus, 1758)
A borboleta Pseudoips prasinana pertence à família Nolidae e distribui-se desde a Península Ibérica até ao Japão. Em Portugal, aparece em praticamente todo o território continental, sendo mais frequente no Norte. O seu restritivo específico, prasinana, vem do adjetivo grego “prasinus” que significa verde-claro, em referência à cor das suas asas anteriores. O vernáculo inglês, ‘green silver lines’ (verde de linhas prateadas), faz também referência ao seu padrão. É uma espécie tipicamente florestal, cujas larvas se alimentam preferencialmente de carvalhos (Quercus spp.). É frequente as borboletas apresentarem tons rosa na margem das asas e sobre o padrão verde. Apresenta uma envergadura entre 30 e 37 milímetros e o período de voo estende-se de março a setembro. No território português, é conhecida uma espécie próxima muito semelhante: Bena bicolorana.
Chloantha hyperici (Denis & Schiffermüller, 1775)
A traça Chloantha hyperici é uma espécie da família Noctuidae, com distribuição europeia. Em Portugal continental ocorre em todas as regiões. O seu epíteto específico, hyperici, advém de Hypericum, um género de plantas herbáceas que inclui a erva-de-são-joão e o hipericão-do-gerês, do qual as larvas se alimentam. O vernáculo inglês, ‘Pale-shouldered cloud’ (nuvem de ombros pálidos), faz alusão à zona esbranquiçada na base das asas anteriores, que se destaca do resto do padrão cinzento e castanho. É uma borboleta algo generalista pelo que aparece em diversos habitats, desde pratenses a florestais. Apresenta uma envergadura entre 29 e 34 milímetros e o período de voo prolonga-se de março a outubro.
Elaphria venustula (Hübner, 1790)
A traça Elaphria venustula pertence à família Noctuidae e é observada um pouco por toda a Europa e Ásia temperadas. Em Portugal tem uma distribuição setentrional, praticamente restrita às regiões a norte do sistema central. É ligeiramente generalista em relação ao habitat, frequentando zonas arbustivas e florestais, assim como clareiras e zonas húmidas. O restritivo em latim, venustula, advém de venus, que significa graciosa ou adorável, talvez pelo seu tom rosado e reduzido tamanho relativamente aos restantes noctuídeos europeus. O vernáculo inglês é ‘rosy marbled’ (rosa marmoreada).
A lagarta alimenta-se principalmente de flores de Rosáceas como rosas (Rosa spp.), potentilhas (Potentilla spp.) e silvas (Rubus spp.). Já os adultos têm uma envergadura entre 19 e 23 milímetros e podemos vê-los em voo entre duas gerações durante os meses de maio a setembro. As asas anteriores apresentam fundo branco, com a metade basal frequentemente tingida de rosa. Na zona central, distingue-se uma mancha de tonalidades acastanhadas, cor que se repete na borda terminal.
Descubra mais sobre a iniciativa “Dar nome à traça” .