Conte-nos que nome comum gostaria de dar a estas cinco espécies de borboletas que apenas têm nome científico. Submeta as suas propostas neste formulário e junte-se à iniciativa “Dar nome à traça” da associação Rede de Estações de Borboletas Noturnas, em parceria com a Wilder. As borboletas de maio receberam mais de 25 sugestões.
Antes de lhe apresentarmos as cinco espécies à procura de nome em Junho, aqui ficam os nomes selecionados do desafio de maio:
- lunar-dos-carvalhos para Minucia lunaris (Denis & Schiffermüller, 1775)
- anéis-de-bétula para Asthena albulata (Hufnagel, 1767)
- nariz-de-bruxa para Callistege mi (Clerck, 1759)
- traça-faraó para Drasteria cailino (Lefèbvre, 1827)
- traça-lilás para Anticlea derivata (Osbeck, 1778)
As propostas para o desafio de junho ainda estão a ser selecionadas.
Aplasta ononaria (Fuessly, 1783)
A Aplasta ononaria pertence à família Geometridae, ocorrendo desde o centro e sul da Europa até à Ásia Menor. Em Portugal pode ser vista um pouco por todo o continente, excetuando as regiões do Litoral Norte, voando entre abril e outubro. O seu restritivo específico ononaria remete para a fonte de alimento das suas larvas, as joinas (Ononis spp.), assim como o seu nome comum em inglês, ‘Restharrow’, que se traduz no nome comum destas plantas. O seu habitat depende da presença da planta hospedeira, focando-se em pousios e pastagens, bermas de caminhos e baldios. Esta traça é um membro da subfamília Geometrinae, comummente designadas como “Emeralds” pela comunidade inglesa, apresentando genericamente tons verdes. A traça em questão destaca-se deste grupo, pois é das poucas ‘Emeralds’ que não é verde, tendo antes as asas beges a acastanhadas com um pintalgado avermelhado subtil. Tem uma envergadura próxima dos três centímetros.
Grammodes bifasciata (Petagna, 1786)
A Grammodes bifasciata é uma traça da família Erebidae que se encontra distribuída pelo sul e centro da Europa, África e Madagáscar. Em Portugal, aparentemente ausente a norte do rio Douro, parece estar associada a zonas húmidas, tendencionalmente perto da costa, como sapais e zonas estuarinas. A lagarta alimenta-se de uma grande variedade de plantas, tais como Cistus (estevas e sargaços), Convolvulus (corriola), Rubus (silvas), Smilax (salsaparrilha) e Polygonum (persicárias). O seu epíteto específico bifasciata faz referência às duas linhas claras que atravessam o padrão. O vernáculo inglês, ‘Parallel Lines’, remete para a mesma característica. O adulto tem uma envergadura entre os 36 e 40 milímetros e podemos observá-lo entre os meses de abril a outubro. Quando em repouso as asas apresentam uma forma triangular característica. Note-se que existe uma espécie algo semelhante em território nacional, Grammodes stolida, descrita de seguida.
Grammodes stolida (Fabricius, 1775)
A Grammodes stolida é uma traça da família Erebidae presente na Europa, África e Índia. Em comparação com a sua congénere, tem uma distribuição mais interior, ocupando áreas de matos e matagais, onde a larva se alimenta de uma razoável variedade de espécies vegetais. O seu restritivo específico stolida significa tola, o que julgamos poder estar associado aos hábitos irrequietos do adulto. O vernáculo inglês, ‘The Geometrician’, remete mais uma vez para o padrão geométrico, em particular para as duas linhas claras transversais. Distingue-se com alguma facilidade da espécie anterior pela ausência de paralelismo entre as duas linhas transversais e pela presença de uma saliência aguda orientada internamente na linha branca inferior. A envergadura dos adultos chega facilmente aos 35 milímetros.
Lophoterges millierei (Staudinger, 1870)
A traça Lophoterges millierei é uma espécie da família Noctuidae e está presente em praticamente todo o território continental português. Na Europa distribui-se desde a Península Ibérica até ao noroeste de Itália, classificando-se com um elemento atlanto-mediterrânico. Prefere habitats termófilos e de cobertura arbórea dispersa. A lagarta alimenta-se de madressilva (Lonicera spp.) e os adultos voam durante os meses de março a setembro. O seu restritivo específico reflete uma homenagem ao entomólogo francês Pierre Millière. O seu vernáculo francês, “Cléophane du Chèvrefeuille”, pode ser traduzido por esfalerite-da-madressilva (“cléophane” – variedade de esfalerite, um mineral transparente ou quase incolor). As asas anteriores ostentam tons de cinza, castanho e laranja. As duas marcas brancas centrais são muito características.
Chlorothalpa graslini (Culot, 1913)
Esta espécie foi recentemente reclassificada da posição de subespécie de Olivenebula xanthochloris, agora também no género Chlorothalpa. A sua distribuição global está restrita à Península Ibérica e a Marrocos. Em Portugal parece estar restrita à metade norte. O epíteto específico graslini contem uma homenagem ao entomólogo francês Adolphe Graslin. O nome anteriormente utilizado também para as populações ibero-magrebinas, xanthochloris, tem origem em xantho, que em grego significa amarelo e é usado como prefixo para representar essa cor, e chloris, que em grego significa esverdeado ou verde-claro. Este nome foi seguramente adotado para fazer referência à cor tanto das asas anteriores como das posteriores desta traça. Frequenta preferencialmente áreas de florestas esparsa e clareiras. A lagarta alimenta-se de gramíneas. Os adultos voam entre agosto e outubro e podem atingir uma envergadura de cinco centímetros. Apresentam em geral uma coloração esverdeada, onde se destaca a marca reniforme branca. As asas posteriores apresentam cor alaranjada com margens escuras.
Descubra mais sobre a iniciativa “Dar nome à traça” .