PUB

Foto: Ana Valadares

Dar nome à traça: As cinco espécies de Janeiro

Conte-nos que nome comum gostaria de dar a estas cinco espécies de borboletas que apenas têm nome científico. Submeta as suas propostas neste formulário e junte-se à iniciativa “Dar nome à traça” da associação Rede de Estações de Borboletas Noturnas, em parceria com a Wilder. As borboletas de novembro receberam mais de 15 sugestões.

Antes de lhe apresentarmos as cinco espécies à procura de nome em janeiro, aqui ficam os nomes selecionados do desafio de novembro:

  • Chispa-do-pinheiro para Panolis flammea (Denis & Schiffermüller, 1775)
  • Traça-manto-real para Leucochlaena oditis (Hübner, 1822) 
  • Traça-dos-ós para Dicycla oo (Linnaeus, 1758)
  • Traça-medronheira para Ammopolia witzenmanni (Standfuss, 1890) 
  • Traça-linha-de-costura para Thalpophila vitalba (Freyer, 1834)

As propostas para o desafio de dezembro ainda estão a ser selecionadas.

Este noctuídeo distribui-se desde o noroeste de África até ao Japão, atravessando grande parte da Europa e Ásia temperada. Em Portugal aparece em praticamente todo o território continental. É flexível na escolha de habitat, sendo frequente tanto em áreas de prados naturais, como em zonas de matos e floresta.

O epíteto específico exoleta advém do verbo em latim exolescere, que significa “desgastar-se com a idade”, o que remete para a notável capacidade desta borboleta em mimetizar material lenhoso em decomposição. A lagarta é ativa na primavera alimentando-se de uma grande diversidade de plantas herbáceas. 

As asas anteriores dos adultos são longas e estreitas e ricas em tons de castanho e cinza. As manchas reniforme e orbicular são bem evidentes. Os adultos possuem uma envergadura entre 58 e 68 mm e voam de outubro a abril, podendo hibernar pelo meio.

Borboleta noturna da família Noctuidae. A sua área de distribuição vai desde o norte da Península Ibérica até ao Japão, atravessando toda a Europa central e Ásia temperada. Em Portugal é conhecida do norte litoral. É uma espécie exótica na América do Norte. Frequenta habitats ribeirinhos e paludosos, onde ocorrem as grandes gramíneas de que se alimenta na fase larvar, como por exemplo o caniço-malhado (Phalaris arundinacea).

Os nomes gregos ophio e gramma significam cobra e linha, remetendo para a fronteira serpenteada entre a zona clara interior e zona escura exterior do seu padrão alar. Os adultos possuem uma envergadura entre os 32 e 35 mm e voam de junho a agosto. Está classificada como Em Perigo pela Livro Vermelho dos Invertebrados de Portugal Continental.

Traça pertencente à família Noctuidae. A sua área de distribuição estende-se a praticamente toda a Europa, incluindo a Ásia Menor. Em Portugal continental está registada em quase todas as regiões. É uma espécie tipicamente florestal, com particular preferência por florestas de carvalhos (Quercus spp.), árvores das quais as larvas se alimentam na primavera, começando pelos botões e flores. O padrão das asas mimetiza o padrão das superfícies cobertas de líquenes.

O seu epíteto específico aprilina advém de aprilis (Abril) porque a sua cor faz lembrar o verde primaveril – referência distante para os europeus meridionais, como os portugueses. Curiosamente, sendo uma espécie outonal, o seu período de voo estende-se de setembro a dezembro. Apresenta uma envergadura entre os 42 e 52 mm. 

Este noctuídeo distribui-se desde a península Ibérica até à Ásia ocidental, passando pelo sul da Escandinávia, Grã-Bretanha e Europa central. Em Portugal continental é conhecida apenas no interior da metade norte. Habitat principalmente zonas de prados pobres, tendencialmente pedregosos. A larva alimenta-se de gramíneas.

O seu nome comum inglês, “Dusky sallow”, descreve o tom predominante das suas asas – amarelado escuro. O seu epíteto específico faz também referência aos tons que exibe, em particular ao contraste entre dois, pois “ochro” significa ocre e “leuca” branco. Os adultos possuem uma envergadura entre 34 e 37 mm e voam em Portugal entre abril e julho.

Borboleta noturna da família Noctuidae. Distribui-se desde a península Ibérica até ao Japão. Em Portugal continental é apenas conhecida do extremo norte. É uma espécie que depende das clareiras e margens florestais, onde as larvas se alimentam da vegetação herbácea de orla que aí ocorre, como as urtigas.

O nome em inglês, “Dot Moth” (traça-do-ponto), remete para a bem visível marca reniforme branca no padrão alar. Outra característica que poderá ser associada a este nome é a presença de um tufo de escamas ruivas junto ao tórax. O tom predominante é o preto.

O seu restritivo específico, persicariae, advém da planta Polygonium persicaria, que em português tem os nomes comuns de erva-pessegueira ou persicária. Os adultos têm uma envergadura entre os 38 e 50 mm e voam entre junho e agosto.


Descubra mais sobre a iniciativa “Dar nome à traça” . E recorde aqui todas as outras borboletas que já foram batizadas, no âmbito deste projeto.

Don't Miss