Conte-nos que nome comum gostaria de dar a estas cinco espécies de borboletas que apenas têm nome científico. Submeta as suas propostas neste formulário e junte-se à iniciativa “Dar nome à traça” da associação Rede de Estações de Borboletas Noturnas, em parceria com a Wilder. As borboletas de outubro receberam 55 sugestões.
Antes de lhe apresentarmos as cinco espécies à procura de nome em Novembro, aqui ficam os nomes selecionados do desafio de setembro:
- traça-lebre para Chondrostega vandalicia (Millière, 1865)
- rendada-dos-líquenes para Cleorodes lichenaria (Hufnagel, 1767)
- asa-de-musgo para Trachea atriplicis (Linnaeus, 1758)
- verdinha-dos-vês para Chloroclystis v-ata (Haworth, 1809)
- riscada-da-ocitânia para Calamodes occitanaria (Duponchel, 1829)
As propostas para o desafio de outubro ainda estão a ser selecionadas.
Panolis flammea (Denis & Schiffermüller, 1775)
Esta espécie pertence à família Noctuidae e ocorre em toda a Europa, grande parte da Ásia e Japão. Em Portugal está restrita à região norte.
É um elemento típico de pinhais, preferindo, aparentemente, o pinheiro-de-casquinha (Pinus sylvestris).
O seu nome em inglês é “pine beauty” (beleza-do-pinheiro), mas são as suas cores avermelhadas que lhe dão o nome em latim flammea, que significa “como chama”. Panolis remete para tola ou palerma.
O adulto tem a cabeça e o corpo de aspeto felpudo. As asas anteriores são de cor alaranjada-avermelhada com alguma mistura de cor ocre e com nervuras pontilhadas de cinzento e branco. As linhas transversais são de vermelho mais intenso. As manchas nas asas são frequentemente brancas, pelo menos na sua margem.
As lagartas são verdes e riscadas longitudinalmente dificultando a sua observação por entre as agulhas de pinheiro.
Os adultos, com uma envergadura entre 30 e 33 mm, voam entre o final de fevereiro até início de junho.
Leucochlaena oditis (Hübner, 1822)
Esta é uma traça pertencente à família Noctuidae que se distribui de Marrocos a Inglaterra, França e Itália, sendo um elemento atlanto-mediterrânico. Gosta de habitats ensolarados, tais como encostas rochosas, pastagens e charnecas. Em inglês chama-se “beautiful gothic”.
As asas anteriores têm o castanho como cor de fundo, apresentando duas manchas que se destacam – uma amarela e outra laranja – e a margem interior notoriamente amarela, formando assim um interessante padrão de manchas geométricas, relembrando padrões de Art déco. Os machos apresentam pectinação evidente nas antenas, assemelhando-se estas a pentes.
As lagartas alimentam-se durante a noite de gramíneas (Poaceae). Os adultos têm uma envergadura entre os 28 e 36 mm e voam no outono, entre setembro e outubro. Aparece em todas as regiões de Portugal continental.
Dicycla oo (Linnaeus, 1758)
Esta espécie pertence à família Noctuidae e pode ser vista um pouco por toda a Europa e Ásia Ocidental. Em Portugal parece estar restrita à metade norte.
É um elemento típico de habitats florestais, em particular carvalhais.
O nome do seu género Dicycla significa dois círculos, sendo essa a mesma característica que determina o seu epíteto específico oo – isto porque apresenta duas marcas pseudo-circulares nas asas anteriores, às quais se soma uma terceira reniforme. Esta última está na base do nome inglês “Heart Moth” (traça-coração). As asas anteriores são de amarelo-pálido, ligeiramente polvilhadas de tons ferruginosos.
As lagartas são notívagas e alimentam-se de carvalhos caducifólios.
Os adultos, com uma envergadura entre os 32 e 36 mm, voam no verão.
Ammopolia witzenmanni (Standfuss, 1890)
Esta traça pertence à família Noctuidae e distribui-se pela Península Ibérica, Marrocos, sul de França e ilhas mediterrânicas próximas. Em Portugal aparece sobretudo no interior norte e metade sul, sempre em ambientes marcadamente mediterrânicos.
Frequenta bosques e matagais termófilos de folha perene. A lagarta alimenta-se de arbustos típicos destes habitats, tais como sanguinho-das-sebes (Rhamnus alaternus) e medronheiro (Arbutus unedo). Em francês chama-se “La Xyline de l’Arbousier” – Xyline do medronho. O restritivo específico witzenmanni julga-se que terá sido dado em homenagem a um amigo do autor da espécie.
A cor das asas anteriores varia entre os tons de castanho avermelhado até aos tons de cinza, camuflando-se muito bem entre as folhas dos bosques que habita. A característica mais evidente do padrão é a presença de uma zona escura entre as geralmente inconspícuas marcas reniforme e orbicular.
Os adultos, com uma envergadura entre os 42 e 44 mm, voam no outono.
Thalpophila vitalba (Freyer, 1834)
Esta espécie pertence à família Noctuidae e pode ser vista no noroeste de África, Península Ibérica, Sul de França e Itália. Em Portugal aparece em todo o território continental.
Prefere locais secos e quentes como encostas rochosas, pradarias e florestas abertas. O seu restritivo específico vitalba advém de vitis – vinho e alba – branco, mas crê-se que terá sido um erro de digitação de Christian Freyer ao descrever esta espécie. Julga-se que o pretendido seria “vittalba” que significa fita branca, descrevendo assim as nervuras brancas nas asas anteriores, detalhe muito evidente do padrão desta borboleta. O padrão aparece sobre um fundo mais escuro, dominado por tons de castanho.
As lagartas alimentam-se de gramíneas (Poaceae).
Os adultos têm uma envergadura entre os 38 e 41 mm e começam a voar no final do verão até meados do outono.
Descubra mais sobre a iniciativa “Dar nome à traça” . E recorde aqui todas as outras borboletas que já foram batizadas, no âmbito deste projeto.