É nesta altura do ano que se tornam mais visíveis os frutos carnudos, mais conhecidos por bagas. Ficam disponíveis como alimento para as aves residentes e invernantes, agora que os dias vão ficando mais frios, e dessa forma as sementes destas plantas conseguem ser transportadas para outros locais.
Aqui ficam sete sugestões de plantas que produzem bagas e outros frutos e que o desafiamos a procurar, num passeio pelo Jardim Gulbenkian, em Lisboa, ou por outros espaços verdes.
Azevinho (Ilex aquifolium):
Esta é uma espécie muito associada ao Natal, com as suas vistosas bagas vermelhas. Acabou por tornar-se vítima da sua popularidade e hoje é legalmente proibido cortar ou apanhar azevinho, mas podem comprar-se em viveiros. Na natureza é uma espécie dióica: divide-se em plantas machos e fêmeas, e só estas últimas têm bagas.
Pilriteiro (Crataegus monogyna):
Os pequenos frutos vermelhos deste arbusto de folha caduca – que pode transformar-se em pequena árvore – chamam-se pilritos. Há quem os use para compotas ou vinho. O formato recortado das folhas ajuda a reconhecer esta espécie, que pertence à mesma família das rosas e dos morangueiros (Rosaceae). É nativo dos países da Europa, incluindo Portugal, e também da Ásia e Noroeste de África, e pode viver até aos 500 anos.
Folhado (Viburnum tinus):
Este arbusto nativo dos países do Sul da Europa e do Norte de África apresenta bagas de cor azul-metálica, de formato ovoide, e é apreciado por ser muito decorativo. Foi batizado com o termo ‘tinus’, que significa ‘louro silvestre’, porque as folhas fazem lembrar as do louro.
Murta (Myrtus communis):
Os frutos violeta deste arbusto, chamados de murtinhos, dão origem a um tradicional licor da Sardenha e Córsega. A murta é nativa do Mediterrâneo e Sudoeste da Europa e era associada na mitologia grega a Afrodite, deusa do Amor. É também conhecida por murteira, mirta ou murtinho. No Jardim estão plantadas pelo menos três variedades desta planta, incluindo a chamada murta-dos-jardins (Myrtus communis subsp. tarentina), mais pequena e compacta.
Gilbardeira (Ruscus aculeatus):
Redondos e vermelho-vivos, os frutos da gilbardeira crescem em caules que têm forma de folha. Este arbusto nativo da Europa e Norte de África era antigamente muito popular como decoração no Natal, pelo que passou a ser uma espécie protegida. A gilbardeira é também chamada de azevinho-menor ou ainda giesteira-das-vassouras. Porquê? É que antigamente os ramos usavam-se para fazer vassouras.
Ligustro (Ligustrum sinense):
Com origem na China, o ligustro tem umas pequenas bagas de cor escura arroxeada, muito apreciadas pelas aves, mas consideradas tóxicas para os humanos. Este arbusto também é chamado de alfeneiro-da-China. Curiosamente, o primeiro ocidental a descrever esta espécie foi um missionário jesuíta português, João de Loureiro, na sua obra ‘Flora Cochinchinensis’, publicada em 1790.
Rosa-canina (Rosa canina):
A rosa-canina, também conhecida por roseira-brava ou rosa-mosqueta, é uma roseira nativa de grande parte da Europa e das zonas temperadas da Ásia e do Norte de África. Os pequenos frutos deste arbusto – na verdade pseudofrutos, pois desenvolvem-se a partir de um tecido vegetal ao lado da flor – são conhecidos por serem muito ricos em vitamina C. Por vezes são usados em compotas ou mesmo em gelados.
[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.
Quantas destas sugestões consegue encontrar? O desafio é fotografar ou desenhar as bagas e frutos que observar e partilhar as suas imagens connosco, enviando para [email protected]. Iremos publicar as melhores na Wilder.
Ao longo do ano, a cada mês, a revista Wilder sugere-lhe a natureza que não pode perder no Jardim Gulbenkian.
[divider type=”thick”]Precisamos de pedir-lhe um pequeno favor…
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