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Pato-de-bico-vermelho. Foto: Tisha Mukherjee/WikiCommons

Cinco bons locais para ver várias espécies de patos de uma só vez

03.01.2025

O mês de Janeiro será a melhor época do ano para observar patos. Os machos ostentam a sua plumagem nupcial para conquistar as fêmeas, enchendo lagoas, estuários e albufeiras do país com as suas cores garridas. Gonçalo Elias e José Frade sugerem estes cinco locais onde poderá ver várias espécies.

Por estes dias frios de Inverno, os patos machos terão as cores de reprodução a trabalhar em seu favor. É preciso conquistar as fêmeas e formar casais nos seus territórios de Inverno. As suas cores garridas vão desde o avermelhado ao amarelo, passando pelo verde e azul. Nenhum esforço é poupado para impressionar.

A sua plumagem nupcial vai durar até ao final da Primavera, altura em que começa a dar lugar à plumagem de eclipse. Então, os machos serão quase idênticos às fêmeas.

Vamos, então, aproveitar para observar este espectáculo de Inverno.

Sugerimos que procure a marrequinha-comum (Anas crecca) – um dos nossos patos mais abundantes e que, por vezes, se junta em bandos de centenas de indivíduos – , a frisada (Mareca strepera), o pato-trombeteiro (Anas clypeata) – uma das espécies de patos mais comuns no nosso país durante a época de Invernada -, o pato-de-bico-vermelho (Netta rufina) e o arrabio (Anas acuta).

Gonçalo Elias, responsável pelo portal Aves de Portugal, e o fotógrafo José Frade, recomendam estes cinco locais para observar patos nesta altura do ano:

Quinta do Lago (Loulé, Algarve):

Alguns quilómetros a oeste de Faro, a Quinta do Lago é “um destino de luxo para os observadores de aves, não só pela diversidade de espécies que aqui ocorre, mas acima de tudo pela facilidade de observação, devido à grande “confiança” dada pelas aves neste local”, segundo o Aves de Portugal. A lagoa de São Lourenço é o principal local de observação na Quinta do Lago. Ali pode encontrar um abrigo de madeira, com dois pisos, de onde poderá observar o zarro-comum, o zarro-negrinha, o pato-de-bico-vermelho, a marrequinha, a frisada ou o pato-trombeteiro

Lagoa dos Patos (Alvito, Alentejo):

Esta é uma zona húmida que, na verdade, é uma albufeira. “Apesar de não ser uma das maiores manchas de água, aqui podem ser vistas as maiores concentrações de patos de todo o Baixo Alentejo”, segundo o portal Aves de Portugal. “A margem da lagoa não tem muita vegetação o que dificulta a aproximação às aves, por isso um telescópio pode ser muito útil. Prospectando os bandos de patos é geralmente possível encontrar diversas espécies, como o pato-real, o pato-trombeteiro e a marrequinha.”

Lagoa de Albufeira (Sesimbra, Lisboa):

“Esta lagoa, a maior zona húmida da Península de Setúbal, é uma excelente opção para ver aves a pouca distância de Lisboa. A parte interior da lagoa, conhecida por Lagoa Pequena, constitui a parte mais interessante em termos de avifauna. A recente construção de alguns observatórios na lagoa da Estacada veio tornar este local mais interessante para a observação de aves”, segundo o mesmo portal. Esta lagoa, com vegetação abundante, dá abrigo a numerosas espécies de aves, com destaque para os patos.

EVOA (Vila Franca de Xira, Lisboa):

O EVOA – Espaço de Visitação e Observação de Aves, localizado na Reserva Natural do Estuário do Tejo, tem 70 hectares de zonas húmidas de água doce, quatro observatórios, três abrigos de fotografia e dois pontos de observação camuflados. De Novembro a Fevereiro, destaque para grandes concentrações de marrequinhas. A entrada é paga.

Paul do Taipal (Montemor-o-Velho, Região Centro):

Esta zona húmida, na planície aluvial do Baixo Mondego, próximo à vila de Montemor-o-Velho, “está ocupado na sua grande maioria por caniço e por algum bunho e junco. As valas estão ocupadas por golfão-branco e o estrato arbóreo é constituído por salgueiros e amieiros”, segundo o portal Aves de Portugal. Aqui poderá observar a frisada, a marrequinha, o pato-real ou o pato-trombeteiro.


Agora é a sua vez.

E já agora, participe no esforço de monitorização das aves que ocorrem em Portugal submetendo as espécies que vir na plataforma de registos eBird Portugal.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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