O mês de Janeiro será a melhor época do ano para observar patos. Os machos ostentam a sua plumagem nupcial para conquistar as fêmeas, enchendo lagoas, estuários e albufeiras do país com as suas cores garridas. Gonçalo Elias e José Frade sugerem estes cinco locais onde poderá ver várias espécies.
Por estes dias frios de Inverno, os patos machos terão as cores de reprodução a trabalhar em seu favor. É preciso conquistar as fêmeas e formar casais nos seus territórios de Inverno. As suas cores garridas vão desde o avermelhado ao amarelo, passando pelo verde e azul. Nenhum esforço é poupado para impressionar.
A sua plumagem nupcial vai durar até ao final da Primavera, altura em que começa a dar lugar à plumagem de eclipse. Então, os machos serão quase idênticos às fêmeas.
Vamos, então, aproveitar para observar este espectáculo de Inverno.
Sugerimos que procure a marrequinha-comum (Anas crecca) – um dos nossos patos mais abundantes e que, por vezes, se junta em bandos de centenas de indivíduos – , a frisada (Mareca strepera), o pato-trombeteiro (Anas clypeata) – uma das espécies de patos mais comuns no nosso país durante a época de Invernada -, o pato-de-bico-vermelho (Netta rufina) e o arrabio (Anas acuta).
Gonçalo Elias, responsável pelo portal Aves de Portugal, e o fotógrafo José Frade, recomendam estes cinco locais para observar patos nesta altura do ano:
Quinta do Lago (Loulé, Algarve):
Alguns quilómetros a oeste de Faro, a Quinta do Lago é “um destino de luxo para os observadores de aves, não só pela diversidade de espécies que aqui ocorre, mas acima de tudo pela facilidade de observação, devido à grande “confiança” dada pelas aves neste local”, segundo o Aves de Portugal. A lagoa de São Lourenço é o principal local de observação na Quinta do Lago. Ali pode encontrar um abrigo de madeira, com dois pisos, de onde poderá observar o zarro-comum, o zarro-negrinha, o pato-de-bico-vermelho, a marrequinha, a frisada ou o pato-trombeteiro.
Lagoa dos Patos (Alvito, Alentejo):
Esta é uma zona húmida que, na verdade, é uma albufeira. “Apesar de não ser uma das maiores manchas de água, aqui podem ser vistas as maiores concentrações de patos de todo o Baixo Alentejo”, segundo o portal Aves de Portugal. “A margem da lagoa não tem muita vegetação o que dificulta a aproximação às aves, por isso um telescópio pode ser muito útil. Prospectando os bandos de patos é geralmente possível encontrar diversas espécies, como o pato-real, o pato-trombeteiro e a marrequinha.”
Lagoa de Albufeira (Sesimbra, Lisboa):
“Esta lagoa, a maior zona húmida da Península de Setúbal, é uma excelente opção para ver aves a pouca distância de Lisboa. A parte interior da lagoa, conhecida por Lagoa Pequena, constitui a parte mais interessante em termos de avifauna. A recente construção de alguns observatórios na lagoa da Estacada veio tornar este local mais interessante para a observação de aves”, segundo o mesmo portal. Esta lagoa, com vegetação abundante, dá abrigo a numerosas espécies de aves, com destaque para os patos.
EVOA (Vila Franca de Xira, Lisboa):
O EVOA – Espaço de Visitação e Observação de Aves, localizado na Reserva Natural do Estuário do Tejo, tem 70 hectares de zonas húmidas de água doce, quatro observatórios, três abrigos de fotografia e dois pontos de observação camuflados. De Novembro a Fevereiro, destaque para grandes concentrações de marrequinhas. A entrada é paga.
Paul do Taipal (Montemor-o-Velho, Região Centro):
Esta zona húmida, na planície aluvial do Baixo Mondego, próximo à vila de Montemor-o-Velho, “está ocupado na sua grande maioria por caniço e por algum bunho e junco. As valas estão ocupadas por golfão-branco e o estrato arbóreo é constituído por salgueiros e amieiros”, segundo o portal Aves de Portugal. Aqui poderá observar a frisada, a marrequinha, o pato-real ou o pato-trombeteiro.
Agora é a sua vez.
E já agora, participe no esforço de monitorização das aves que ocorrem em Portugal submetendo as espécies que vir na plataforma de registos eBird Portugal.