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Foto: Parque da Devesa

Rãs-verdes e andorinhas foram ao Bioblitz de Inverno

26.01.2016

O Bioblitz de Inverno que se realizou no último domingo no Parque da Devesa, em Vila Nova de Famalicão, conseguiu juntar mais de 50 participantes que aprenderam e ajudaram a identificar 29 espécies de fauna, ao longo de duas horas. Entre aves, anfíbios, insectos e mamíferos.

 

Os momentos mais interessantes do Bioblitz? “A observação de uma águia-de-asa-redonda que sobrevoou o parque” ou quando adultos e crianças se depararam com “um pequeno bando de andorinhas-das-rochas, única espécie não migradora de entre as andorinhas de Portugal, a alimentarem-se”, descreveu à Wilder o biólogo que guiou esta actividade, Vasco Flores Cruz.

Mas os olhos não estiveram apenas voltados para o ar durante todo o passeio, neste espaço verde com cerca de 27 hectares.

 

Um momento do Bioblitz. Foto: D.R.
Um momento do Bioblitz. Foto: D.R.

 

A descoberta de pegadas e de outros vestígios das lontras que frequentam o rio Pelhe, que atravessa o Parque da Devesa, foi outro dos momentos altos do passeio, tal como a observação de rãs-verdes em diferentes fases do seu desenvolvimento: larvas, juvenis e adultos.

Entre os anfíbios, além da rã-verde (Pelophylax perezi), quem foi ao Bioblitz viu também a salamandra-de-pintas-amarelas (Salamandra salamandra). E além das pegadas e das marcações territórios de lontra (Lutra lutra), também foi possível vestígios de coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus), de rato-de-campo (Microtus ssp.) e de toupeira (Talpa occidentalis).

E apesar de ser Inverno, altura do ano em que é menos provável encontrarem-se insectos, foi possível observar cinco espécies no Parque da Devesa. Além das abelhas (Apis melifera), o abelhão (Bombus terrestres), alfaiate (Gerris lacustris), barqueiro (Noctonecta ssp.) e larvas de libélula (Libellulidae). E pertencente aos invertebrados, ainda o buzio de água doce (Bithyniidae).

 

A aprender a identificar aves. Foto: D.R.
A aprender a identificar aves. Foto: D.R.

 

Mas foi entre as aves que mais espécies se viram e ouviram: pato-real (Anjas platyrhynchos), águia-de-asa-redonda (Buteo buteo), pombo-torcaz (Columba palumbus), rola-turca (Sreptopelia decaocto), peto-real (Picus viridis), andorinha-das-rochas (Ptynoprogne rupestres), felosinha (Phyloscopus colybita), pisco-de-peito-ruivo (Erithacus rubecula), cartaxo (Saxicola rubicola), melro (Turdus merula), tordo-músico (Turdus philomelus), estorninho-preto (Sturnus unicolor), alvéola-branca (Motacilla alba), petinha-dos-prados (Anthus pratensis), tentilhão (Fringilla coelebs), lugre (Carduelis spinus) e pardal-comum (Passer domesticus).

Nos planos do Parque da Devesa está a realização de mais três Bioblitzs, integrados no programa de actividades Devesa em Família, um por cada estação do ano. O próximo está já agendado para dia 20 de Março.

No final destas acções, está previsto que os dados registados sejam publicados no Facebook.

 

[divider type=”thick”]Aqui fica a primeira versão da lista de espécies do Parque da Devesa:

  • Águia-de-asa-redonda
  • Andorinha-das-rochas
  • Pato-real
  • Pombo-torcaz
  • Rola-turca
  • Peto-real
  • Felosinha
  • Pisco-de-peito-ruivo
  • Cartaxo
  • Melro
  • Tordo-músico
  • Estorninho-preto
  • Alvéola-branca
  • Petinha-dos-prados
  • Tentilhão
  • Lugre
  • Pardal-comum
  • Abelha
  • Abelhão
  • Alfaiate
  • Barqueiro
  • Libélula
  • Búzio de água doce
  • Rã-verde
  • Salamandra-de-pintas-amarelas
  • Lontra
  • Coelho-bravo
  • Rato-do-campo
  • Toupeira

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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