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Seis abutres-pretos encontrados mortos em Espanha

04.08.2015

Seis abutres-pretos (Aegypius monachus) foram encontrados mortos, no final de Julho, nas imediações do Centro de Tratamento de Resíduos de Ávila-Norte, na comunidade autónoma de Castela-Leão, revelam conservacionistas espanhóis.

 

As aves foram encontradas pela organização Colectivo Azálvaro, organização não governamental dedicada à protecção das aves necrófagas e seus habitats. Algumas das aves tinham uma grande quantidade de plástico no seu interior, segundo o comunicado daquela organização espanhola.

“A ingestão de plástico poderá ter sido a causa da morte destas aves, já que o consumo de plásticos pode causar obstrução gástrica ou intoxicação, tendo em conta os compostos nocivos nesses materiais”.

Ainda assim, é cedo para apurar o que aconteceu. “Não podemos estabelecer com exactidão as causas da morte, se se trata de um caso de envenenamento ou intoxicação, até termos os resultados das necropsias”, disse José Aguilera, presidente daquela organização.

Os centros de tratamento de resíduos na região atraem as aves necrófagas, como o abutre-preto. O Colectivo Azálvaro defende medidas para impedir o acesso das aves a estes locais e a criação de um programa de alimentação específico para o abutre-preto.

“A má alimentação que os centros de tratamento de resíduos oferecem está a envenenar e a intoxicar estas aves”, acrescenta. “Resolver este problema é uma necessidade peremptória que não admite demoras.”

Em Portugal, o abutre-preto é uma espécie Criticamente em Perigo de extinção. Saiba mais sobre o que se está a fazer para conservá-lo aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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