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Ecologistas espanhóis pedem 11 medidas para salvar lobo-ibérico

14.05.2015

As associações espanholas Ecologistas en Acción, Lobo Marley e Asociación para la Conservación y Estudio del Lobo Ibérico (ASCEL) pediram aos partidos políticos onze medidas para conservar o lobo-ibérico, “símbolo da Espanha selvagem”, a poucos dias das eleições para os governos regionais e municipais por todo o país.

 

A conservação da natureza, e mais especificamente o lobo-ibérico (Canis lupus signatus), foi levada por estas três associações à mesa dos partidos políticos, a poucos dias de milhões de eleitores serem chamados a votar nas eleições de 24 de Maio.

Os ecologistas querem que os governos regionais se coordenem para proteger “o património natural de todos os cidadãos”, nomeadamente o lobo, “espécie-chave nos ecossistemas” e “símbolo de uma Espanha selvagem, potencial fonte de prosperidade para o mundo rural graças ao seu atractivo turístico”. Lembram que os políticos devem aproveitar a ocasião para agir contra a “perseguição da espécie” e “evitar que mais tarde tenham de prestar contas perante uma sociedade perplexa e decepcionada”. No início do mês, a ASCEL denunciou uma batida aos lobos em plena época de reprodução da espécie, autorizada pelo Parque Nacional dos Picos da Europa. Morreram dois animais.

No documento apresentado agora às várias formações políticas, as associações pedem a integração do lobo nas listas regionais de espécies ameaçadas e que passe a ser espécie protegida em toda a Espanha, “como já acontece em Portugal”. Além disso, pedem que o lobo deixe de ser espécie cinegética.

A 30 de Abril, a direcção do Parque Natural Sierra de Cardeña y Montoro (Córdova, Andaluzia) comprometeu-se em apoiar a conservação do lobo na Serra Morena e a avaliar a possibilidade de o seu estatuto ser alterado.

Outra medida é o fim dos planos de controlo das populações de lobo que as associações consideram “medidas de gestão ineficazes” que implicam “a mortalidade aleatória de indivíduos, numa espécie que forma grupos familiares muito estruturados”.

As associações entendem também serem necessários planos de conservação ou recuperação do lobo, a realização de um censo ibérico da espécie e medidas que fomentem a coexistência entre lobo e a criação de gado extensiva.

Fazem ainda parte da lista a diminuição da pressão cinegética sobre as presas selvagens do lobo – como o corço, veado ou javali – e acções contra o furtivismo e o envenenamento. É de incentivar o turismo para observação do lobo-ibérico e a sensibilização para a importância ecológica dos grandes predadores.

A população de lobo-ibérico está estimada em 2800 animais, 300 dos quais em Portugal.

[divider type=”thin”]Leia aqui as onze propostas das associações.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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