O Governo aprovou a 23 de Julho a Estratégia Nacional para a Gestão da Macroalga Invasora Rugulopteryx okamurae, uma espécie exótica de origem asiática que se tem alastrado de forma preocupante na costa portuguesa, especialmente no Algarve e na zona de Cascais.
A nova Estratégia, aprovada por uma portaria conjunta do Ministério do Ambiente e Energia e do Ministério da Agricultura e Mar, estabelece um plano de ação com medidas de monitorização, resposta operacional, valorização da biomassa, investigação científica e coordenação institucional. O objetivo é, segundo um comunicado do Ministério do Ambiente e Energia, “mitigar os impactos ecológicos, sociais e económicos desta macroalga invasora”.
“A resposta a este fenómeno exige ação coordenada entre todos os níveis de governação e setores envolvidos”, comentou Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia. “Estamos a agir com base na melhor evidência científica disponível para proteger o nosso litoral e garantir que comunidades piscatórias, turismo e ecossistemas não sejam postos em causa”.
A Rugulopteryx okamurae é uma alga castanha nativa do Oceano Pacífico, em particular do Japão e da Coreia do Sul. Em 2002 foi registada pela primeira fora do seu habitat nativo no Mar Mediterrâneo, mais concretamente em Lagoa Thau (França). Investigadores acreditam que a alga terá sido introduzida durante a importação de ostras japonesas da espécie Crassostrea gigas. Em 2015, a alga foi registada pela primeira vez no Estreito de Gibraltar, em Ceuta.
Esta alga foi detectada pela primeira vez em Portugal em 2019 na ilha de São Miguel, nos Açores, e desde então tem vindo a aumentar a sua área de distribuição.
“O Governo tem acompanhado com atenção a rápida proliferação da alga Rugulopteryx okamurae, o que exige uma resposta célere, determinada e tecnicamente sustentada”, comentou José Manuel Fernandes, ministro da Agricultura e Mar. “É fundamental envolvermos desde o início as comunidades piscatórias, os agentes económicos locais e as autarquias dos municípios mais afetados, promovendo soluções concretas para o território e garantindo a valorização sustentável desta biomassa”.
Entre as medidas previstas na portaria, que entra em vigor no dia seguinte à sua publicação, estão a remoção mecânica da alga em zonas críticas, o estudo da sua valorização para fins industriais ou agrícolas, a mobilização de equipas regionais de resposta rápida e a criação de uma base de dados nacional com registo geo-referenciado da evolução da espécie.
A Estratégia será operacionalizada por um Grupo de Trabalho Nacional, coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente, com a participação de entidades científicas, autárquicas e do setor do mar.
Saiba mais.
Descubra mais sobre esta alga aqui com a ajuda do biólogo marinho João Canilho Santos.