Moçambique, Quénia, Tanzânia, Uganda e Madagáscar assinaram ontem uma declaração histórica onde aceitam trabalhar em conjunto para combater o comércio ilegal de madeira e travar a destruição das florestas.
A declaração foi assinada em Durban, na África do Sul, à margem do XIV Congresso Mundial das Florestas.
Madagáscar, Moçambique e os países centro-africanos são, normalmente, a fonte da madeira cortada ilegalmente; o Uganda, Quénia e Tanzânia são grandes pontos de passagem através dos quais a madeira é contrabandeada para fora do continente africano. Moçambique é tanto fonte quanto país de trânsito.
“Declaramos que precisamos de uma estratégia unificada para ajudar os países das regiões Sul e Este de África a combater o comércio ilegal de madeira”, escrevem os signatários da declaração.
O texto apela aos Estados membros para que criem sistemas de monitorização e de registo das suas indústrias madeireiras e que as autoridades colaborem na troca de informações.
A organização WWF saúda a declaração. “Esta declaração surge numa altura crucial. O comércio ilegal de madeira está em expansão e a um ritmo alarmante. Este novo acordo vai aumentar muito os esforços para reduzir esse comércio a nível regional”, disse Geofrey Mwanjela, responsável da WWF. Segundo ele, “os actuais mecanismos que controlam a ilegalidade no sector são enfraquecidos pela inadequada colaboração entre as agências florestais e alfandegárias na região”.
Segundo a WWF, Moçambique perdeu 2.2 milhões de hectares de florestas entre 2000 e 2012; a Tanzânia perdeu dois milhões e a Zâmbia 1.3 milhões.