O número de espécies selvagens de abelhas é maior na periferia das cidades do que nas zonas agrícolas, concluíram investigadores britânicos das Universidades de Bristol, Leeds, Newcastle, Reading, Edinburgh e Cardiff, num estudo publicado pela revista “Proceedings of the Royal Society of London B”.
Os investigadores, liderados por Katherine Baldock da Universidade de Bristol, contaram abelhas, zangões e outros insectos polinizadores em algumas das maiores cidades do Reino Unido. E a conclusão a que chegaram tem simples explicação: enquanto as zonas agrícolas muitas vezes são plantadas com monoculturas, os jardins e logradouros nas cidades oferecem uma vasta variedade de flores ao longo de todo o ano, disse Baldock à BBC online.
“As zonas urbanas poderiam ser geridas de forma a serem boas para os polinizadores”, acrescentou Baldock. “Aquilo que precisamos saber agora é que tipo de habitats dentro das cidades são os melhores para os insectos.”
O entomólogo Dave Goulson da Universidade de Sussex, e que publicou dois livros de êxito sobre os insectos polinizadores – “A Sting in the Tale” (2013) e “A Buzz in the Meadow” (2014) – salienta à BBC que este estudo pode ser um encorajamento “para aqueles que, ao tratar do jardim ou da horta, deixam espaço para a natureza e plantam flores amigas da vida selvagem”. “Há um enorme potencial para transformar os nossos subúrbios em gigantescas reservas urbanas se conseguirmos que mais pessoas façam o mesmo”, acrescentou.