Agentes da Consejería de Meio Ambiente da Junta de Castela-Leão abateram ontem um lobo-ibérico em Gredos, o segundo animal caçado oficialmente pelas autoridades para fins de controlo populacional. A organização WWF condena estas mortes e lembra que esta é uma espécie protegida.
“A WWF mostra a sua indignação por esta medida, que não servirá para evitar ataques ao gado e que não tem suporte legal”, escreve o núcleo espanhol da organização internacional em comunicado.
No início deste ano, a Junta de Castela-Leão anunciou o abate de quatro lobos a Sul do rio Douro (dois em Salamanca e dois em Ávila) para controlo populacional e defesa das explorações de gado. A medida teve como resposta uma campanha de protesto lançada pela WWF, “Marca o território pelo lobo”, hoje com mais de 22.500 assinaturas. O objectivo era reunir 20.000 assinaturas pelo fim da perseguição ao lobo-ibérico (Canis lupus signatus) em Espanha.
Ainda assim, dos quatro lobos já foram abatidos dois, este em Gredos e um outro no início de Fevereiro em Ávila.
A WWF quer saber se estão a ser cumpridos todos os requisitos para aplicar este tipo de medidas excepcionais. “A lei é muito clara: antes de matar um lobo, a Junta deve provar que aplicou, e que fracassaram, outras medidas preventivas para evitar ataques ao gado”, recorda a organização. Até agora, a Junta não respondeu às perguntas da WWF, sublinhou.
“Este ataque a uma espécie estritamente protegida é intolerável”, disse Juan Carlos del Olmo, secretário-geral da WWF espanhola. “Não vamos parar de denunciar a Junta de Castela-Leão até que deixe de matar lobos e trabalhe a sério para fomentar a coexistência com o sector de criação de gado”, acrescentou.
A WWF pede aos cidadãos que “se mobilizem contra a perseguição de uma espécie que é património de todos”. Este domingo, dia 13 de Março, está prevista em Madrid uma manifestação convocada pela defesa do lobo, na qual vão participar cerca de 200 organizações .