Entre 5 de Julho e 16 de Outubro, dezenas de pessoas registaram diariamente a passagem das aves migradoras em direcção a África, sobrevoando o Estreito de Gibraltar. Este esforço de monitorização registou 465.000 aves, revelou agora a Fundación Migres.
Os ornitólogos e voluntários – distribuídos por três observatórios na costa espanhola do Estreito – registaram a passagem de 33 espécies diferentes de aves. A maioria eram aves de rapina.
As espécies mais comuns foram o milhafre-preto (Milvus migrans) com 147.000 indivíduos, a cegonha-branca (Ciconia ciconia) com 126.000 indivíduos, o bútio-vespeiro (Pernis apivorus) com 97.000 aves, a águia-calçada (Hieraaetus pennatus) com 43.000, e a águia-cobreira (Circaetus gallicus) com 29.000.
Na lista das espécies ameaçadas, os ornitólogos registaram a passagem de 4.900 cegonhas-negras (Ciconia nigra) e de 4.400 abutres-do-egipto (Neophron percnopterus).
Segundo a Fundación Migres, passaram ainda dezenas de milhares de andorinhões e andorinhas.
Esta viagem é feita pelas aves que vão passar o Inverno a África, escapando aos climas mais frios que se fazem sentir na Europa. Para muitas, a viagem começa logo no final do Verão.
E depois há aves que escolhem Portugal para passar o Inverno, vindas do Norte da Europa, como é o caso da águia-pesqueira.
Segundo explicou João E. Rabaça, professor da Universidade de Évora e coordenador do LabOr – Laboratório de Ornitologia, as aves migram para encontrar os recursos necessários para sobreviver, essencialmente alimento e abrigo. Saiba mais sobre a migração das aves aqui.