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Medronheiro. Foto: sara150578/Pixabay

Quercus e CTT desafiam-no a oferecer medronheiros à floresta portuguesa

01.07.2019

A 6ª edição da campanha “Uma árvore pela floresta” arrancou há dias para ajudar a reflorestar as zonas mais afectadas pelos incêndios.

Desde 26 de Junho estão disponíveis online e em 400 lojas dos CTT de Norte a Sul do país kits para comprar um medronheiro, a árvore autóctone escolhida para este ano.

O kit, que custa 3,50 euros, é composto por uma “árvore” em cartão reciclado, reproduzindo uma espécie que muda todos os anos (este ano é um medronheiro) e um código. Este serve para registar a árvore que a Quercus irá plantar, para identificar a espécie e o local de plantação e permite-lhe consultar a evolução durante cinco anos do bosque onde foi instalada.

Os medronheiros serão plantados em áreas protegidas e zonas classificadas na Primavera de 2020.

Desde o início do projeto já foram plantadas cerca de 90 mil árvores.

Este projecto “promove o envolvimento ativo da sociedade civil e do setor privado na recuperação da nossa floresta autóctone”, comentou, em comunicado, Paulo do Carmo, presidente da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza.

“Todos os anos, centenas de voluntários dão o seu contributo em plantações levadas a cabo nas zonas mais afetadas pelos incêndios, ajudando assim, num quadro de seca constante e de alterações climáticas, a promover a conservação da floresta, dos nossos solos e da biodiversidade”, acrescentou Paulo do Carmo.

Este projeto, vencedor em 2015 do prémio Green Project Awards na categoria “Iniciativa de Mobilização” e do prémio Ambiente da PostEurop em 2016, uma organização afiliada das Nações Unidas, permite que os portugueses contribuam para a criação de bosques mais sustentáveis e resistentes a incêndios e promove a sensibilização para a importância da proteção da biodiversidade e da prevenção dos incêndios florestais.

“Com este projeto pretende-se promover a criação de bosques autóctones, os quais oferecem uma maior resistência à propagação dos incêndios e são os que mais amenizam o clima, promovem a biodiversidade e protegem a nossa paisagem, a água e os solos”, explica a Quercus.

Os CTT disponibilizam gratuitamente a sua rede de lojas, bem como os sistemas de informação necessários para a oferta online e para o acompanhamento das árvores plantadas pelos seus padrinhos, e a Quercus coordena e operacionaliza a seleção das áreas, a escolha das espécies e a plantação.

A campanha “Uma Árvore pela Floresta” insere-se no âmbito de um projecto mais vasto, o projecto Criar Bosques, o qual, de 2008 a 2015, já plantou cerca de 370.000 árvores e arbustos com o apoio de empresas e de cidadãos. Este projecto da Quercus visa “criar e cuidar de bosques de espécies autóctones, árvores e arbustos originais da flora portuguesa”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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