Portugueses escolhem plátano de Portalegre como Árvore Portuguesa de 2021

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O Plátano do Rossio, ex-libris da cidade de Portalegre, ganhou o concurso nacional Árvore Portuguesa do ano de 2021, com 2.401 votos, foi hoje revelado.

Plantado em 1838, o Plátano do Rossio (Platanus hybrida Brot) é hoje o maior plátano da Península Ibérica.

“De porte majestoso, guarda em si, nas suas longas e robustas pernadas, anos e anos de memórias coletivas e segredos infindáveis”, descreve, em comunicado, a União da Floresta Mediterrânica (UNAC), organizadora deste concurso nacional.

“Não dá para ficar indiferente ao carinho especial que os portalegrenses sentem por este monumento vivo. De impressionante resiliência, continua a pasmar admiradores, a ouvir desabafos de solitários e a inspirar artistas atendendo à sua singularidade estética, à sua importância botânica e comunitária.”

Ao contrário do que aconteceu nas edições anteriores em que os Portugueses premiaram exemplares arbóreos característicos dos sistemas produtivos agro-florestais (os montados e os soutos), pela primeira vez neste concurso nacional foi eleita uma árvore ornamental, exótica em Portugal, e que foi provavelmente introduzida por gregos ou romanos que a utilizavam devido à sua sombra.

O Plátano do Rossio será assim, o eleito para representar Portugal no concurso europeu Tree of the Year (Árvore Europeia do Ano). Durante Fevereiro de 2021, todos poderão escolher a sua árvore preferida a nível europeu através de um sistema de votação on-line.

“O propósito da Árvore Europeia do Ano é destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural, que merece toda a nossa atenção e protecção. Ao contrário de outros concursos, a Árvore Europeia do Ano não se foca apenas na beleza, no tamanho ou na idade da árvore, mas sim na sua história e relações com as pessoas”, afirmam os organizadores.

Na edição de 2018, foi uma árvore portuguesa que venceu o concurso para Árvore Europeia do Ano, conhecido como o Sobreiro Assobiador de Águas de Moura, em Palmela.

Para a edição de 2021, os portugueses escolheram o Plátano do Rossio de entre 10 árvores candidatas, num total de votos registados de 13.750 (mais do que na edição anterior, com 9.871 votos). A votação terminou a 23 de Novembro.

O Plátano do Rossio de Portalegre ficou à frente da Oliveira de Mouchão, de Abrantes, que contou com 2.213 votos, e da Schotia do Jardim Botânico da Ajuda, em Lisboa, com 1.883 votos.


Saiba mais.

Conheça o lugar em que ficaram os outros 10 candidatos a Árvore Portuguesa do ano de 2021. Pode saber mais sobre a história de cada árvore aqui.

  1. Plátano do Rossio | Portalegre
  2. Oliveira de Mouchão | Cascalhos, Mouriscas, Abrantes, Santarém
  3. Schotia do Jardim Botânico da Ajuda | Ajuda, Lisboa
  4. Bela sombra |Ílhavo, Aveiro
  5. O Bravo do Pinhal do Rei | São Pedro de Moel, Marinha Grande, Leiria
  6. Carvalho de Calvos | Calvos, Póvoa de Lanhoso, Braga
  7. Castanheiro de Guilhafonso | Guilhafonso, Pêra do Moço, Guarda
  8. Tulipeiro dos Biscainhos | Braga
  9. Freixo Duarte D’ Armas | Freixo de Espada à Cinta, Bragança
  10. Tília do Solar dos Condes de Arnoso | Sameice, Seia, Guarda

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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