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Portugueses escolhem castanheiro milenar como a árvore de 2020

02.12.2019

O Castanheiro de Vales, em Vila Pouca de Aguiar, ganhou o concurso nacional Árvore Portuguesa do ano de 2020, com cerca de 2.000 votos, foi hoje revelado.

O “Castanheiro de Vales” de Tresminas, em Vila Pouca de Aguiar, tem cerca de mil anos de idade e é o grande vencedor deste concurso, com 1.848 votos.

Pertence à espécie Castanea sativa, da família das fagáceas.

Castanheiro de Vales. Foto: Raquel Pires Lopes

“Trata-se de uma das mais grossas árvores do nosso país, cuja cavidade do tronco guarda muitas histórias dos tempos em que o castanheiro era o ponto de referência das brincadeiras de muitas crianças e se tornou memória de gerações de adultos”, segundo um comunicado da organização do concurso nacional.

A árvore fica numa “propriedade privada, por onde se chega atravessando paisagens agrícolas e florestas de encantar”.

Os soutos e castinçais ocupam cerca de 48.300 hectares, a maioria dos quais em áreas de minifúndio no Norte de Portugal. Têm na castanha a sua principal produção, e “são ecossistemas multifuncionais de elevado valor social e ambiental”, tal como os montados a Sul do Tejo.

Em segundo lugar ficou a “Oliveira do Mouchão” de Abrantes, com 1.493 votos e em terceiro a “Canforeira de Bencanta” em Coimbra, 1.250 votos.

O público decidiu entre 10 árvores candidatas, num total de votos registados de 9.871, neste concurso organizado em Portugal pela A UNAC – União da Floresta Mediterrânica. A votação online esteve aberta de 18 de Novembro a 1 de Dezembro.

O Castanheiro de Vales representará Portugal no concurso europeu Tree of the Year. Durante o mês de Fevereiro de 2020, todos poderão escolher a sua árvore preferida a nível europeu através de um sistema de votação on-line.

“O propósito da Árvore Europeia do Ano é destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural, que merece toda a nossa atenção e protecção. Ao contrário de outros concursos, a Árvore Europeia do Ano não se foca apenas na beleza, no tamanho ou na idade da árvore, mas sim na sua história e relações com as pessoas”, afirmam os organizadores.

Na edição de 2018, foi uma árvore portuguesa que venceu o concurso para Árvore Europeia do Ano, conhecido como o Sobreiro Assobiador de Águas de Moura, em Palmela.

Em 2019, a árvore portuguesa do ano foi a Azinheira Secular do Monte Barbeiro, em Mértola. Ficou em terceiro lugar no concurso europeu.


Saiba mais.

Conheça o lugar em que ficaram os outros 10 candidatos a Árvore Portuguesa do ano de 2019. Pode saber mais sobre a história de cada árvore aqui.

Para além dos três primeiros lugares, os resultados da votação foram:

4º lugar: Azinheira das Furnas | Lagoa das Furnas | Ilha de São Miguel

5º lugar: Carvalho de Calvos | Póvoa do Lanhoso

6º lugar: Carvalho de Viseu| Viseu

7º lugar: O Prior de Tibães | Mire de Tibães | Braga

8º lugar: Elemento notável do Jardim Botânico do Porto | Porto

9º lugar: Oliveira de Pedras D’El Rey | Tavira

10º lugar: Quercus do Instituto Superior de Agronomia | Tapada da Ajuda | Lisboa

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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