Pedro Salgado. Foto: Joana Bourgard

Peixes de Pedro Salgado chegam à Wilder em nova série de ilustração “Peixe da Semana”

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Pedro Salgado é considerado o melhor ilustrador científico de peixes marinhos do país, é responsável pela formação de uma nova geração de ilustradores científicos em Portugal e desenha há mais de 40 anos. A partir de hoje está na Wilder com o seu “Peixe da Semana”.

Há mais de 40 anos que Pedro Salgado, 64 anos, desenha peixes do mar. Atuns, bacalhaus, salmonetes, pregados, sargos, sardinhas mas também peixes-lua – o maior peixe ósseo do mundo -, garoupas, peixes-galo e pim-pins. E o celacanto (Latimeria chalumnae), fóssil-vivo da actualidade. 

As ilustrações dos “seus” peixes estão guardadas em gavetas no seu atelier mas também em cadernos de campo ou afixados nas paredes, como o desenho que fez para oferecer ao seu pai quando era criança.

Ilustração: Pedro Salgado

Há peixes que demoraram meses a terminar, outros que foram feitos na toalha de papel do restaurante, depois de uma refeição. Uns têm o rigor próprio de uma ilustração científica, outros saem da imaginação de Pedro Salgado. São os “peixes possíveis”, como lhes gosta de chamar.

Agora, a Wilder lança a série “Peixe da Semana” para mostrar os peixes desenhados por este ilustrador naturalista e criar um catálogo ilustrado de espécies marinhas fascinantes. E de técnicas também.

Visita ao atelier de Pedro Salgado. Foto: Joana Bourgard

“Ao longo de um ano, em cada semana, será publicada uma ilustração de um peixe, incluindo, além do nome vulgar, nome científico e técnica, algum comentário relativo ao peixe ou à ilustração”, explica Pedro Salgado.

“Serão apresentados desenhos (científicos e não só) que fiz em diferentes períodos, projetos, contextos e técnicas, sem ordem cronológica, algo diferente todas semanas. Tudo peixaria.”

Visita ao atelier de Pedro Salgado. Foto: Joana Bourgard

Entre as técnicas utilizadas nestes desenhos estão, principalmente, tinta-da-China e aguarela. Mas não só. Poderá ver peixes feitos a lápis de cor, grafite, canetas e técnicas mistas.

“Em cada semana, uma espécie diferente. A maioria são da nossa costa – como o robalo, o sargo, o carapau ou a sardinha – mas há peixe de todo o lado, até daqueles que só existem na minha cabeça. A esses, chamei-lhes ‘peixes possíveis’”.

Visita ao atelier de Pedro Salgado. Foto: Joana Bourgard

O primeiro de muitos será o atum (Thunnus thynnus), feito a tinta-da-China sobre scratchboard.

Curioso? Não perca o “Peixe da Semana”, sempre às sextas-feiras.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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