A organização Ecologistas en Acción pediu às autoridades da Cantábria que suspenda imediatamente os controlos à população de lobo-ibérico em todo o território daquela região até haver provas da necessidade da medida.
Esta tomada de posição surge perante uma situação excepcional, criada pela vaga de incêndios nas florestas da Cantábria nas últimas semanas, explica a organização em comunicado divulgado hoje e citado pela agência espanhola EuropaPress.
Os conservacionistas temem os “prováveis efeitos graves” nos ecossistemas naturais e o “grave risco” para a conservação e regeneração da vegetação.
A organização salienta que a abundância de ungulados – animais com uma unha fendida, que forma dois dedos em cada pata como os veados, corços, javalis, gamos – afecta a regeneração das florestas. Perante “situações tão excepcionais como a actual, com uma superfície florestal queimada excepcionalmente elevada, e com uma alta abundância de ungulados silvestres”, a organização pediu à Direcção de Meio Natural do governo da Cantábria para suspender todos os controlos à população de lobos-ibéricos (Canis lupus signatus). Pelo menos, até à aprovação do Plano de Gestão do Lobo, documento que deverá levar em conta a nova situação criada pelos incêndios.
Os ecologistas alertam para os “graves desequilíbrios que estas mortes podem causar num predador chave no controlo das populações de ungulados silvestres”.