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várias pessoas olham o horizonte com binóculos e telescópios
Observação de aves durante o Festival de Sagres. Foto: SPEA

Observadas mais de 200 espécies de aves em festival de Sagres

15.10.2019

Raridades como a felosa-listada e o moleiro-rabilongo fazem parte das 217 espécies observadas na 10ª edição do Festival de Observação de Aves & Atividades de Natureza no passado fim-de-semana em Sagres.

De 10 a 13 de Outubro, cerca de 1.500 pessoas de 36 países celebraram o espectáculo único que é a migração de milhares de aves que se dirigem para África para passar o Inverno.  

Nos quatro dias do festival dedicado à natureza foram observadas 217 espécies de aves, informou a Câmara Municipal de Vila do Bispo, um dos organizadores do evento.

“Em caminhadas, saídas de barco e pontos de observação fixos, este ano foram observadas 217 espécies de aves, incluindo algumas menos comuns, como a petinha-de-richard e raridades como a felosa-listada e o moleiro-rabilongo”, segundo uma nota da autarquia divulgada hoje.

Por exemplo, a petinha-de-richard (Anthus richardi) “é bastante rara em Portugal”, segundo o portal Aves de Portugal. “É um migradora proveniente das paragens longínquas da Sibéria, que ocorre entre nós sobretudo como migrador de passagem.” Muitas vezes é considerada como um “prémio para os ornitólogos”.

Outro dos momentos altos desta edição foi a observação de 100 águias-calçadas (Aquila pennata ou Hieraaetus pennatus) em simultâneo, no primeiro dia do Festival.

O Festival decorreu em vários pontos de Sagres, como o Pavilhão Multiusos, o Cabo de São Vicente e o Forte do Beliche.

“Sagres localiza-se no extremo sudoeste de Portugal (e da Europa) e por isso é um local de convergência de aves migratórias”, explicou anteriormente à Wilder Joana Domingues, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).

A região de Sagres “concentra migradores na sua rota para Sul e é uma janela aberta para um movimento em larga escala de aves ao longo do sul da Europa”, acrescentou Joana Domingues. “De Agosto a Novembro, os migradores são encaminhados para a península pelos vales costeiros e linha de costa, acabando por se congregar na zona antes de seguirem viagem.”

Para ajudar quem quiser descobrir as aves da região foi apresentado durante o Festival o 1º “Guia de Aves do Concelho de Vila do Bispo e do Promontório de Sagres”, da autoria de Diniz Cortes. 

O festival é organizado pela Câmara Municipal de Vila do Bispo, em parceria com a SPEA e a Associação Almargem.


Saiba mais.

Descubra aqui porque é que Sagres atrai tantas aves migradoras no Outono.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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