Os coordenadores do programa Floresta Comum, programa que incentiva a criação de uma floresta autóctone, anunciaram hoje quantas árvores podem disponibilizar para a época 2025/2026.
As árvores do Floresta Comum são produzidas nos quatro viveiros do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF): em Veiguinhas (Amarante), Malcata (Sabugal), Valverde (Alcácer do Sal) e Monte Gordo. Todos trabalham com sementes exclusivamente portuguesas de espécies como como carvalhos, medronheiros, azinheiras ou sobreiros.
Para a 15ª edição deste programa estão disponíveis cerca de 110.000 plantas de 31 espécies arbóreas e arbustivas autóctones, segundo um comunicado divulgado hoje pela Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, coordenadora do projeto.
Entre as espécies disponíveis estão o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), o carvalho-alvarinho (Quercus robur), o sobreiro (Quercus suber), a gilbardeira (Ruscus aculeatus) e o azereiro (Prunus lusitanica).
Na campanha anterior, de 2023/2024, o projeto entregou 114.098 plantas de mais de 30 espécies diferentes; os pedidos ultrapassaram esse número, sendo de 139.287 plantas.
Uma boa parte das candidaturas destinaram-se a projetos florestais, de conservação da natureza e de recuperação da biodiversidade (64%), tendo sido também submetidas candidaturas para projetos educativos com a comunidade escolar (19%) e para parques florestais urbanos (17%), num total de 59 candidaturas.
Segundo o relatório apresentado pela Quercus, 46% das candidaturas incidiu sobre áreas ardidas e 32% das ações ocorreram em Áreas Classificadas. Sensivelmente 59% dos projetos procedeu à conversão para espécies autóctones e 32% envolveu a erradicação de espécies invasoras lenhosas.
O Floresta Comum – parceria entre a Quercus, o ICNF, a Associação Nacional de Municípios Portugueses e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – disponibiliza árvores e arbustos para projetos florestais e de conservação da natureza e recuperação da biodiversidade, para projetos educativos e projetos para parques urbanos.
Desde o seu início já distribuiu um total de 1.544.331 árvores e arbustos.
É dirigida a entidades com responsabilidade de gestão de terrenos públicos ou comunitários (baldios), desde Câmaras Municipais a Juntas de Freguesia. O período de candidaturas vai de 21 de Julho a 30 de Setembro.
Esta iniciativa “surgiu com o objetivo de incentivar a criação de uma floresta autóctone com altos níveis de biodiversidade e de produção de bens e serviços de ecossistema”, explica a Quercus. É parcialmente financiado pelo projeto Green Cork – reciclagem de rolhas de cortiça e conta com o mecenato da REN – Redes Energéticas Nacionais.
“São múltiplas as vantagens em melhorar a composição da floresta portuguesa com recurso a espécies autóctones, como os carvalhos, o sobreiro, a azinheira, o freixo, entre diversas outras, com importantes benefícios ecológicos, sociais e económicos”, defende esta organização. “A promoção da floresta própria das regiões, para além de diversas utilizações e uma melhoria da paisagem, possibilita também, entre outros, uma adequada adaptação às condições locais, incluindo aos períodos de seca, um aumento da biodiversidade, uma maior resistência a pragas e doenças, uma melhor contribuição face às alterações climáticas e uma maior resistência aos incêndios rurais/florestais.”