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Projeto Floresta Comum: Há 110.000 árvores e arbustos disponíveis para reflorestar o país  

22.07.2025

Os coordenadores do programa Floresta Comum, programa que incentiva a criação de uma floresta autóctone, anunciaram hoje quantas árvores podem disponibilizar para a época 2025/2026.

As árvores do Floresta Comum são produzidas nos quatro viveiros do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF): em Veiguinhas (Amarante), Malcata (Sabugal), Valverde (Alcácer do Sal) e Monte Gordo. Todos trabalham com sementes exclusivamente portuguesas de espécies como como carvalhos, medronheiros, azinheiras ou sobreiros.

Para a 15ª edição deste programa estão disponíveis cerca de 110.000 plantas de 31 espécies arbóreas e arbustivas autóctones, segundo um comunicado divulgado hoje pela Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, coordenadora do projeto.

Entre as espécies disponíveis estão o carvalho-negral (Quercus pyrenaica), o carvalho-alvarinho (Quercus robur), o sobreiro (Quercus suber), a gilbardeira (Ruscus aculeatus) e o azereiro (Prunus lusitanica).

Na campanha anterior, de 2023/2024, o projeto entregou 114.098 plantas de mais de 30 espécies diferentes; os pedidos ultrapassaram esse número, sendo de 139.287 plantas.

Uma boa parte das candidaturas destinaram-se a projetos florestais, de conservação da natureza e de recuperação da biodiversidade (64%), tendo sido também submetidas candidaturas para projetos educativos com a comunidade escolar (19%) e para parques florestais urbanos (17%), num total de 59 candidaturas. 

Segundo o relatório apresentado pela Quercus, 46% das candidaturas incidiu sobre áreas ardidas e 32% das ações ocorreram em Áreas Classificadas. Sensivelmente 59% dos projetos procedeu à conversão para espécies autóctones e 32% envolveu a erradicação de espécies invasoras lenhosas.

O Floresta Comum – parceria entre a Quercus, o ICNF, a Associação Nacional de Municípios Portugueses e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – disponibiliza árvores e arbustos para projetos florestais e de conservação da natureza e recuperação da biodiversidade, para projetos educativos e projetos para parques urbanos.

Desde o seu início já distribuiu um total de 1.544.331 árvores e arbustos.

É dirigida a entidades com responsabilidade de gestão de terrenos públicos ou comunitários (baldios), desde Câmaras Municipais a Juntas de Freguesia. O período de candidaturas vai de 21 de Julho a 30 de Setembro.

Esta iniciativa “surgiu com o objetivo de incentivar a criação de uma floresta autóctone com altos níveis de biodiversidade e de produção de bens e serviços de ecossistema”, explica a Quercus. É parcialmente financiado pelo projeto Green Cork – reciclagem de rolhas de cortiça e conta com o mecenato da REN – Redes Energéticas Nacionais.  

“São múltiplas as vantagens em melhorar a composição da floresta portuguesa com recurso a espécies autóctones, como os carvalhos, o sobreiro, a azinheira, o freixo, entre diversas outras, com importantes benefícios ecológicos, sociais e económicos”, defende esta organização. “A promoção da floresta própria das regiões, para além de diversas utilizações e uma melhoria da paisagem, possibilita também, entre outros, uma adequada adaptação às condições locais, incluindo aos períodos de seca, um aumento da biodiversidade, uma maior resistência a pragas e doenças, uma melhor contribuição face às alterações climáticas e uma maior resistência aos incêndios rurais/florestais.”  

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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