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Nuno, o arquitecto e gestor que planta árvores no Porto

16.08.2016

Nuno Gomes Lopes tem 36 anos e é natural do Porto. Este arquitecto e gestor hoteleiro está a reconverter o seu pinhal num bosque nativo e é voluntário no projecto FUTURO – 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto.

 

O que o Nuno faz pela floresta?

Nuno Lopes está a começar a reconverter o seu pinhal em Trás-os-Montes num bosque nativo e a enriquecer a sua biodiversidade. “O bosque é constituído, essencialmente, por pinheiros-bravos em vários graus de maturidade que irão ser cortados ao longo dos anos”, explica à Wilder.

O plano de Nuno é plantar as árvores típicas da região, privilegiando o sobreiro (Quercus saber), o carvalho-cerquinho ou carvalho-português (Quercus faginea), a azinheira (Quercus rotundifolia) e o carvalho-negral (Quercus pyrenaica). O outro objectivo, acrescenta, é “reduzir a carga combustível”.

Além disto, Nuno participa regularmente em várias ações voluntárias desenvolvidas pelo Futuro – o projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto, como a plantação de árvores e a recolha de sementes.

Este colaborador do projeto já foi responsável pela coordenação de grupos de escolas em ações de plantação e reforçou à Wilder a importância das atividades que são desenvolvidas com os jovens.

 

Por que razão o faz?

“Em Portugal, assistimos não só à perda de área florestal, como à perda da qualidade da área florestal”, diz-nos Nuno, sublinhando o problema da introdução de árvores de crescimento rápido, “normalmente, árvores exóticas que só prejudicam as nossas florestas”.

Nuno acrescenta que, apesar de todas as espécies terem o seu valor, Portugal tem um vasto leque de espécies que estão no topo da lista das árvores mais valiosas do mundo. Contudo, estas não são devidamente aproveitadas. “Infelizmente, excetuando o sobreiro, essas árvores são maioritariamente desvalorizadas, tendo um baixíssimo valor e um baixíssimo reconhecimento.”

Para este cuidador de florestas, são de extrema importância as florestas folhosas ou mistas, ou seja, aquelas que combinam vegetação de folha caduca com espécies de folha persistente. “Uma aposta em florestas nativas mistas só beneficiaria Portugal em termos económicos, sociais e ambientais”, afirma.

 

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Este texto foi editado por Helena Geraldes.

 

[divider type=”thick”]Série Wilder Cuidadores de Florestas

Nesta época crítica para as florestas, marcada por incêndios, não vamos falar de área ardida nem tentar explicar as causas desta calamidade. Queremos antes mostrar os portugueses que estão a cuidar das florestas ao longo de todo o ano. Nesta série falámos com os responsáveis por alguns dos melhores projectos de prevenção de fogos e de enriquecimento de florestas e ouvimos as histórias de cidadãos que arregaçam as mangas pelas árvores. Estes são os Cuidadores de Florestas.

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