Banner

Foto: Miguel Pascoal

Miguel, o estudante universitário que foi vigiar a floresta

18.08.2016

Miguel Tavares Pascoal tem 22 anos e é natural da Guarda. Durante uma semana, este estudante universitário de Engenharia do Ambiente voluntariou-se para vigiar a Reserva da Faia Brava, no âmbito da Campanha de Vigilância de Incêndios desta área protegida nos concelhos de Pinhel e Figueira de Castelo Rodrigo.

 

O que o Miguel faz pela floresta?

Miguel Pascoal decidiu dedicar uma semana das suas férias à Campanha de Vigilância de Incêndios da Reserva da Faia Brava, a decorrer desde o início de julho até ao final de setembro. Desta forma, estreou-se como cuidador de florestas na Reserva da Faia Brava. “Nunca me tinha envolvido em iniciativas do género e o balanço foi muito positivo”, conta à Wilder.

“Soube da campanha através da página de Facebook da Reserva e decidi inscrever-me com um amigo que estuda biologia, o Diogo Dias”, acrescenta.

Apenas a atribuição dos horários e do posto de vigia não está nas mãos dos voluntários. “É fácil qualquer interessado colaborar porque as datas são definidas consoante a disponibilidade dos participantes”.

Durante uma semana, Miguel e Diogo estiveram sempre alerta para qualquer indício de incêndio na Faia Brava, área protegida privada com cerca de 1.000 hectares, gerida pela Associação Transumância e Natureza (ATN). “O nosso horário era das 16h00 às 22h00, período em que se considera que há maior risco de incidência”.

Logo no final do primeiro dia de vigilância, as suas competências foram postas à prova. “Às 21h30, quase a acabar o turno, avistámos uma pequena coluna de fumo ao longe e avisámos logo a Proteção Civil”.

O incêndio foi atempadamente detetado. Porém, a sua localização não facilitou o trabalho dos bombeiros. “Como se localizava numa zona de difícil acesso, ainda demoraram entre 20 minutos a meia hora a chegar ao local. Felizmente, as chamas não chegaram a atingir a Reserva da Faia Brava”, sublinha Miguel Pascoal.

Foto: Miguel Pascoal
Foto: Miguel Pascoal

Por que razão o faz?

Tendo em conta a sua área de formação, Miguel admite que a educação ambiental acaba por estar sempre presente, quer por interesse pessoal, quer para dar resposta a algumas unidades curriculares. No entanto, afirma que estas ações de proteção do património natural nos convocam a todos. “Tendo conhecimento destas iniciativas perto de nós, há que aproveitá-las.”

“No fundo, o que as florestas portuguesas precisam é que lhes dediquemos algum do nosso tempo”, enfatiza Miguel. “Nesta campanha de vigilância da Faia Brava, em troca de tempo cedido a esta área protegida, tínhamos alimentação e alojamento gratuitos”, complementa.

Além disso, Miguel salienta que toda a envolvência vale a pena. “Levantavamo-nos cedo para ‘turistar’ pela reserva. Não só aproveitámos para explorar a fauna e a flora da zona e redondezas, como ficámos a conhecer melhor a aldeia de Algodres ao falarmos com os habitantes locais”.

 

[divider type=”thick”]

Este texto foi editado por Helena Geraldes.

 

[divider type=”thick”]Série Wilder Cuidadores de Florestas

Nesta época crítica para as florestas, marcada por incêndios, não vamos falar de área ardida nem tentar explicar as causas desta calamidade. Queremos antes mostrar os portugueses que estão a cuidar das florestas ao longo de todo o ano. Nesta série falámos com os responsáveis por alguns dos melhores projectos de prevenção de fogos e de enriquecimento de florestas e ouvimos as histórias de cidadãos que arregaçam as mangas pelas árvores. Estes são os Cuidadores de Florestas.

Don't Miss