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Lisboa é uma das 10 cidades europeias com maiores benefícios em plantar árvores

03.11.2016

Lisboa é a nona cidade europeia que mais beneficiaria se plantassem árvores – 4 dólares (3,6 euros por cidadão) – para reduzir o calor urbano, segundo o relatório “Plantando ar puro”, realizado pela The Nature Conservancy e divulgado recentemente.

 

O ranking, que analisa o impacto da plantação de árvores em 245 cidades na Europa no que respeita à redução do calor urbano, é liderado por Barcelona (Espanha), Minsk (Bielorrússia) e Tirana (Albânia). Depois, estão Bucareste (Roménia), Yerevan (Arménia), Kiev (Ucrânia), Madrid (Espanha), Belgrado (Sérvia), Lisboa e Moscovo (Rússia).

O relatório, divulgado durante a reunião anual da Associação norte-americana de Saúde Pública, garante que as árvores urbanas podem salvar “dezenas de milhares de vidas” em todo o mundo, mediante um investimento de 4 dólares por cidadão (3,86 euros). Segundo o documento, as árvores limpam e arrefecem o ar a nível local e à escala mundial, chegando mesmo a arrefecer as imediações onde se encontram até 2ºC.

“As árvores urbanas podem salvar vidas e são tão eficazes como as soluções mais tradicionais, como pintar as paredes de branco”, diz Rob McDonald, o principal autor do estudo e cientista da The Nature Conservancy.

Este relatório identifica as cidades onde um investimento na plantação de árvores pode ter um maior impacto positivo – na redução do calor urbano e na poluição do ar – e apela aos presidentes de câmara de todo o mundo para que optem por esta solução para lutar contra as alterações climáticas. “As árvores sozinhas não podem resolver todos os problemas urbanos do mundo em relação ao calor e à poluição do ar, mas são uma parte importante da solução”, diz McDonald.

Um dos maiores problemas nas cidades é a poluição do ar por partículas finas (MP 2,5). Estas são emitidas pela queima de combustíveis fósseis, incluindo o motor dos automóveis, e chegam até aos nossos pulmões. Estima-se que causem 3,2 milhões de mortes por ano, principalmente por causa de doenças nas artérias coronárias. A exposição a estas partículas também provoca doenças respiratórias crónicas e agudas, como a asma.

Mas as árvores podem “eliminar até um quarto da contaminação por partículas”, proporcionando uma barreira “muito eficaz” dado que filtram o ar viciado e protegem os moradores na zona.

O estudo alerta que, se não se fizer nada, em 2050 as partículas finas poderão matar 6,2 milhões de pessoas em todo o mundo.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Descubra mais sobre o papel das árvores nas cidades no relatório “Plantando ar puro”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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