Uma azinheira de copa grandiosa, com 150 anos de idade, no concelho de Mértola, ganhou o concurso para Árvore Portuguesa do ano de 2019.
“Sentarmo-nos debaixo da sua copa faz com que o calor abrasador do Alentejo nos pareça suportável e nos permita contemplar a vastidão da planície envolvente, respirando a sua tranquilidade”, diz-se sobre esta azinheira do Monte do Barbeiro. A organização do concurso foi entregue à Unac-União da Floresta Mediterrânica.
Trata-se de “uma árvore que se destaca pelas suas grandiosas dimensões comparativamente aos exemplares da sua espécie, uma árvore enraizada nas vidas e no trabalho das pessoas e da comunidade que a rodeia no Alentejo”, acrescentam os organizadores, numa nota sobre os resultados divulgada esta quarta-feira.
Esta “azinheira secular do Monte do Barbeiro”, que se encontra em Alcaria Ruiva, Mértola, foi a que mais votos recebeu do público: 3.445. Outras nove concorrentes estiveram também em votação online entre os dias 13 e 20 de Novembro.
Em segundo lugar, ficou o “Plátano do Rossio”, de Portalegre (2.989 votos), seguido pelo “Quercus do ISA”, no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa (1.667 votos).
O plátano de Portalegre é apresentado como “a mais antiga árvore classificada de interesse público portuguesa”, com 180 anos. Plantado em 1838, pelo botânico José Maria Grande, foi registado um século depois, em 1938.
“Chegou a ter o tronco serrado até meio mas o povo portalegrense revoltou-se e não permitiu o ‘crime'”, conta-se no site do concurso.
E o Quercus do ISA? Este carvalho-cerquinho, espécie também chamada de carvalho-português, tem 90 anos. Desde há muito que dá nome ao pátio do Instituto Superior de Agronomia, considerado o coração da escola e baptizado como “pátio do Quercus”. Foi trazido das matas do Vimeiro em 1930 e ali plantado pelo silvicultor Joaquim Vieira Natividade.
Votação europeia em Fevereiro
Ao longo do período de votação, em que várias comunidades locais apelaram ao voto nos seus candidatos, contaram-se um total de 19.328 votos, indica ainda a Unac.
A azinheira secular, a vencedora desta edição, vai representar Portugal no concurso europeu Tree of the Year 2019, organizado pela Environmental Partnership Association (EPA). As votações vão ser online e abertas a todos os interessados, em Fevereiro do próximo ano.
“O propósito da Árvore Europeia do Ano é destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural, que merece toda a nossa atenção e protecção. Ao contrário de outros concursos, a Árvore Europeia do Ano não se foca apenas na beleza, no tamanho ou na idade da árvore, mas sim na sua história e relações com as pessoas”, afirmam os organizadores.
Na edição de 2018, foi uma árvore portuguesa que venceu o concurso para Árvore Europeia do Ano, conhecido como o Sobreiro Assobiador de Águas de Moura.
[divider type=”thin”]Saiba mais.
Conheça o lugar em que ficaram os outros 10 candidatos a Árvore Portuguesa do ano de 2019. Pode saber mais sobre a história de cada árvore aqui.
4. Nosso Sobreiro, Abela, Santiago do Cacém
5. Zambujeiro Milenar, Foros de Vale de Figueira, Montemor-o-Novo
6. Carvalho de Calvos, Bouça da Tojeira, Póvoa do Lanhoso
7. Oliveira do Mouchão, Mouriscas, Abrantes
8. Dragoeiro, Lisboa
9. Aroeira “A Fazedora de Chuva”, Valongo, Avis
10. Tuia-gigante, Sintra