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copa de uma azinheira em grande plano
Foto: Nuno Sequeira

Esta azinheira secular é a Árvore Portuguesa do ano de 2019

21.11.2018

Uma azinheira de copa grandiosa, com 150 anos de idade, no concelho de Mértola, ganhou o concurso para Árvore Portuguesa do ano de 2019.

 

“Sentarmo-nos debaixo da sua copa faz com que o calor abrasador do Alentejo nos pareça suportável e nos permita contemplar a vastidão da planície envolvente, respirando a sua tranquilidade”, diz-se sobre esta azinheira do Monte do Barbeiro. A organização do concurso foi entregue à Unac-União da Floresta Mediterrânica.

Trata-se de “uma árvore que se destaca pelas suas grandiosas dimensões comparativamente aos exemplares da sua espécie, uma árvore enraizada nas vidas e no trabalho das pessoas e da comunidade que a rodeia no Alentejo”, acrescentam os organizadores, numa nota sobre os resultados divulgada esta quarta-feira.

 

azinheira
Foto: Nuno Sequeira

 

Esta “azinheira secular do Monte do Barbeiro”, que se encontra em Alcaria Ruiva, Mértola, foi a que mais votos recebeu do público: 3.445. Outras nove concorrentes estiveram também em votação online entre os dias 13 e 20 de Novembro.

Em segundo lugar, ficou o “Plátano do Rossio”, de Portalegre (2.989 votos), seguido pelo “Quercus do ISA”, no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa (1.667 votos).

O plátano de Portalegre é apresentado como “a mais antiga árvore classificada de interesse público portuguesa”, com 180 anos. Plantado em 1838, pelo botânico José Maria Grande, foi registado um século depois, em 1938.

“Chegou a ter o tronco serrado até meio mas o povo portalegrense revoltou-se e não permitiu o ‘crime'”, conta-se no site do concurso.

 

Plátano no meio da praça, a preto-e-branco
Foto do “Plátano do Rossio” captada em 1944, por Mário Novais

 

E o Quercus do ISA? Este carvalho-cerquinho, espécie também chamada de carvalho-português, tem 90 anos. Desde há muito que dá nome ao pátio do Instituto Superior de Agronomia, considerado o coração da escola e baptizado como “pátio do Quercus”. Foi trazido das matas do Vimeiro em 1930 e ali plantado pelo silvicultor Joaquim Vieira Natividade.

 

carvalho no meio de um pátio
Foto: Mariana Castro

 

Votação europeia em Fevereiro

Ao longo do período de votação, em que várias comunidades locais apelaram ao voto nos seus candidatos, contaram-se um total de 19.328 votos, indica ainda a Unac.

A azinheira secular, a vencedora desta edição, vai representar Portugal no concurso europeu Tree of the Year 2019, organizado pela Environmental Partnership Association (EPA). As votações vão ser online e abertas a todos os interessados, em Fevereiro do próximo ano.

“O propósito da Árvore Europeia do Ano é destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural, que merece toda a nossa atenção e protecção. Ao contrário de outros concursos, a Árvore Europeia do Ano não se foca apenas na beleza, no tamanho ou na idade da árvore, mas sim na sua história e relações com as pessoas”, afirmam os organizadores.

Na edição de 2018, foi uma árvore portuguesa que venceu o concurso para Árvore Europeia do Ano, conhecido como o Sobreiro Assobiador de Águas de Moura.

 

[divider type=”thin”]Saiba mais.

Conheça o lugar em que ficaram os outros 10 candidatos a Árvore Portuguesa do ano de 2019. Pode saber mais sobre a história de cada árvore aqui.

4. Nosso Sobreiro, Abela, Santiago do Cacém

5. Zambujeiro Milenar, Foros de Vale de Figueira, Montemor-o-Novo

6. Carvalho de Calvos, Bouça da Tojeira, Póvoa do Lanhoso

7. Oliveira do Mouchão, Mouriscas, Abrantes

8. Dragoeiro, Lisboa

9. Aroeira “A Fazedora de Chuva”, Valongo, Avis

10. Tuia-gigante, Sintra

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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