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Desenho da semana: uma tarântula em São Tomé e Príncipe

26.06.2018

O ilustrador naturalista Marco Nunes Correia abre os seus cadernos de campo e mostra-nos o que o fascina na natureza portuguesa. São desenhos, esboços ou aguarelas onde regista as estações do ano. Uma por semana.

 

 

O desenho é uma excelente maneira de percebermos como funcionam animais e plantas. A curiosidade pelo mundo natural, sentida por Marco Nunes Correia, levou-o a querer desenhar esta tarântula (Histerocrates gigas), um dos poucos animais venenosos de São Tomé e Príncipe. No entanto não é uma espécie endémica da região.

“Procurámos esta aranha diversas vezes pela floresta”, durante a expedição ao Príncipe do Grupo do Risco, em Junho de 2016. No entanto, não a conseguiram encontrar. Até que o guia do grupo “capturou uma no pátio da casa da sua mãe, onde tinhamos ido para jantar”, recorda o ilustrador.

O animal acabou por morrer e Marco Nunes Correia aproveitou “para o desenhar a grafite, com o máximo detalhe que consegui, com os meios que tinha ao meu dispor”.

 

 

O desenho foi feito num caderno A4, em folhas de tom azulado. “Como era já minha intenção utilizar cor, optei pelo tom azulado para permitiu complementar com os tons avermelhados da aranha, que aparecem pontualmente no desenho.”

“Para economizar tempo e espaço optei por desenhar uma vista geral da aranha, em que a metade esquerda é uma vista ventral e a direita é uma vista dorsal”, explicou.

Depois fez ainda algumas fotografias para conseguir colorir a aguarela mais tarde, já depois de ter regressado.

“Fazendo uma estimativa, a totalidade do desenho terá demorado cerca de cinco horas a concluir.”

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.
Marco Nunes Correia, de Alcobaça, é professor na Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha. É membro do Grupo do Risco e especializou-se em desenho de natureza. 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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