Conhecida por borboleta axadrezada, devido ao padrão preto e branco das asas, e uma das mais raras da sua família em Espanha, a Pyrgus cinarae foi eleita como a Borboleta espanhola do Ano 2018.
A participação na votação deste ano, feita online e aberta a todos os interessados, foi “elevada”, com quase 900 votos, avança a Zerynthia. “Isto satisfaz-nos e alegra-nos, dada a aceitação desta iniciativa, que permite todos os anos colocar o foco sobre umas poucas espécies ameaçadas”, acrescenta a associação, que tem como objectivo a conservação das borboletas diurnas e nocturnas em território espanhol.
Quem votou pode escolher entre quatro borboletas que ocorrem em Espanha. A seguir à borboleta-axadrezada, que teve quase 40% dos votos, a mais votada foi a Euchloe bazae (32% dos votos) uma borboleta endémica de Espanha, que ocorre apenas em duas regiões no Norte e Sul do país.
Mais abaixo ficaram a a borboleta-azul-das-turfeiras (Phengaris alcon), que pode ser também encontrada em Portugal, e a Satyrium w-album.
Segundo a Zeryinthia, os participantes “votaram claramente em função da raridade da espécie”. Isto porque tanto a Euchloe bazae como a Pyrgus cinarae têm distribuições “muito restringidas” em Espanha, o que as torna “sensíveis a qualquer tipo de mudança ou alteração nos seus habitats”.
A borboleta-axadrezada não ocorre em Portugal. Em Espanha, está presente apenas em dois locais no Centro do país e é difícil de observar, pois além de ser rara, é discreta, pequena e muito rápida. Está ameaçada pelas mudanças de habitats e pela destruição dos mesmos, devido a vários projectos mineiros.
“As populações ibéricas estão separadas mais de 2.000 quilómetros de outras europeias, com uma grande diferenciação genética relativamente às da Grécia e da Rússia”, informa a associação.
Ao longo do ano, a Zerynthia vai dar a conhecer esta espécie, estudar melhor as suas populações e trabalhar na conservação desta borboleta, tanto a nível jurídico como na prática.
A eleição da Borboleta do Ano em Espanha realiza-se desde 2016, quando os votantes elegeram a borboleta-isabelina (Graellsia isabelae). Em 2017, foi a vez da borboleta-apolo (Parnassius apollo).