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Oliveira. Foto: Anna Anichkova/Wiki Commons

CTT dedicam nova série de selos às árvores do Mediterrâneo

14.07.2017

Este mês, os CTT lançaram uma nova série de selos dedicada às árvores do Mediterrâneo, com destaque para a flora portuguesa. A oliveira, o sobreiro, o medronheiro e o catapereiro foram as espécies escolhidas.

 

Estas quatro espécies são bem características de Verões quentes e secos e Invernos frescos e húmidos. Por exemplo, o sobreiro (Quercus suber), com as folhas pequenas e persistentes, gosta da escassez de chuvas no Verão e do clima não excessivamente frio ou seco. É uma árvore que pode crescer até aos 20 metros de altura e durar mais de 150 anos.

 

 

Ao lado sobreiro, esta série de selos – cujo design esteve a cargo de Nuno Farinha – mostra também uma pequena pereira-brava, chamada catapereiro ou cachipirro (Pyrus bourgaeana), espécie mais rara. Cresce normalmente nas orlas e clareiras de bosques como os montados e dá peras quase esféricas de coloração esverdeada a amarelada que alimentam diversas aves e mamíferos durante o Outono, pode ler-se num comunicado dos CTT.

 

 

Em áreas mais abertas dos montados e em bosques mistos encontra-se outra árvore tipicamente mediterrânica, o medronheiro (Arbutus unedo) ou ervedeiro. Cresce até aos cinco a 10 metros de altura e pode viver até aos 200 anos. Os seus frutos, representados em selo, são aproveitados em muitas regiões portuguesas para a destilação da aguardente de medronho, por exemplo.

 

 

Mas de todas as árvores mediterrânicas, é a oliveira (Olea europaea) a mais conhecida, pela forma abundante como é cultivada e pela excelência dos azeites produzidos em muitas regiões portuguesas, incluindo diversas Denominações de Origem Protegida (DOP). Estas árvores podem ter uma longevidade até mais de 2000 anos.

 

 

O selo do sobreiro tem uma tiragem de 125.000 exemplares e um valor facial de 0,50€ cada; o selo do catapereiro tem o valor facial de 0,63€ e uma tiragem de 100.000 exemplares; o selo do medronheiro uma tiragem de 125.000 exemplares e um valor facial de 0,80€ e o selo da oliveira um valor facial de 0,85€ cada e uma tiragem, de 105.000 exemplares.

A série sobre as Árvores do Mediterrâneo surge depois de, em Julho do ano passado, os CTT terem lançado uma série de selos sobre os Peixes do Mediterrâneo, a cargo de Pedro Salgado. E em Junho do ano passado foi lançada a série sobre Mamíferos Predadores de Portugal, a cargo de Pedro Mendes, Fernando Correia, José Projecto, Nuno Farinha, Pedro Salgado e Marco Nunes Correia.

A história dos CTT e do mundo natural já tem, pelo menos, 40 anos. Desde os selos de 1976, criados pelos serviços artísticos dos Correios com espécies da fauna e flora portuguesas como a pega-azul e o lince-ibérico até esta nova emissão, a História Natural ilustrada tem sido um dos temas escolhidos para os selos de Portugal.

Ao longo destas décadas há selos das flores dos Açores e da Madeira, das aves do Estuário do Tejo, dos insectos dos Açores, dos parques naturais; há pelo menos duas séries dedicadas ao lince-ibérico e ainda há aves dos Açores e da Madeira, flores selvagens, lobos-marinhos, águias, abetardas, focas, lagartos-de-água, borboletas, toupeiras-d’água, cachalotes e golfinhos, peixes como o pim-pim e o bodião-verde, orquídeas e até plânctones nas águas de Portugal. Há selos com anémonas e lapas, lampreias, solhas e enguias e a lista continua até criar uma galeria do mundo natural português, retratos e desenhos do tamanho de um selo.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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