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Caloiros da Universidade de Aveiro plantam carvalhos como praxe

23.10.2015

Este ano há uma praxe diferente para os cem caloiros do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. Cada um levou um pequeno carvalho-alvarinho para casa que têm de cuidar até ao momento de o plantar, na Mata do Buçaco, no Dia das Florestas Autóctones, a 23 de Novembro.

 

A praxe prevê também que os estudantes tenham de semear uma bolota e fazê-la germinar para que sejam os caloiros do próximo ano a plantar a árvore.

O projecto “Biologia a plantar o futuro” pretende “estimular a ligação à natureza entre os futuros biólogos e professores de Biologia e Geologia, transformando-os em baby-sitters de carvalhos”, explica hoje a universidade em comunicado.

Segundo Milene Matos, criadora do Serviço Educativo da Fundação Mata do Buçaco, o objectivo é “aumentar o sentido de ligação ao mundo natural, fomentar a responsabilidade perante o património natural e o espírito de missão, demonstrando que cada acção individual conta”.

E o carvalho-alvarinho não foi escolhido ao acaso. É relativamente resistente – “aguenta o tempo que os alunos a tiverem em casa”, explica Milene Matos – e é “uma das espécies da nossa floresta original, sendo já raras as manchas de carvalhal bem conservadas”.

A ideia é ajudar a reflorestar a Mata Nacional do Buçaco que, depois do temporal de Janeiro de 2013, perdeu cerca de duas mil árvores.

Esta praxe “pelas florestas” começou no ano passado como parte da recepção aos novos alunos do Departamento de Biologia. Tem como parceiros a Unidade de Vida Selvagem da Universidade de Aveiro, o Herbário do DBio e a Fundação Mata do Buçaco.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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