Imagem: Neotropical Ichthyology (2024).

Brasil: Novo peixe próximo das piranhas recebe nome do vilão do “Senhor dos Anéis”

12.06.2024

Equipa de cientistas descreveu esta semana uma nova espécie de peixe vegetariano encontrado num rio da Amazónia, referindo que tem um padrão que faz lembrar o “olho de Sauron”.

Conhecidos como pacus, estes peixes próximos das piranhas não têm dentes afiados mas sim dentes mais semelhantes aos dos humanos, adequados aos frutos e plantas de que se alimentam. Pacus e piranhas pertencem à família Serrasalmidae, que contém mais de 100 espécies no total, explica o Museu de História Natural de Londres.

Num artigo publicado esta semana pela revista científica Neotropical Ichthyology, os cientistas batizaram a nova espécie encontrada no rio Xingu, um afluente do Amazonas, de Myloplus sauron. Sauron é o nome do vilão da famosa trilogia escrita por JRR Tolkien, “O Senhor dos Anéis”.

“Logo que os meus colegas sugeriram esse nome para este peixe, soubemos que era perfeito”, afirmou Rupert Collins, co-autor do artigo e curador sénior no museu britânico, responsável pela coleção de peixes. “Parece mesmo o olho de Sauron, especialmente com as barbatanas vermelhas e as manchas laranja no corpo.”

A nova espécie foi descrita com o objetivo de ajudar a clarificar a taxonomia das muitas espécies de piranhas e dos pacus, muitas das quais difíceis de diferenciar – por vezes apenas pelos dentes – e que além do mais vão alterando a sua aparência ao longo da vida. Desta vez, com a ajuda de análises genéticas, os investigadores concluíram que um outro peixe já anteriormente conhecido, o Myloplus schomburgkii, correspondia afinal a três espécies diferentes. Além do novo Myloplus sauron, no mesmo artigo descreveram uma outra nova espécie, Myloplus aylan, e redescreveram o Myloplus schomburgkii.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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