Cerca de 1000 sobreiros vão ser plantados este domingo, dia 28 de Janeiro, no Pinhal de Leiria, em memória das vítimas dos incêndios de 2017, anunciou a Zero-Associação Sistema Terrestre Sustentável.
Esta plantação vai ser realizada pelos associados da organização ambientalista e vai contar com a presença do secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas, adiantou a Zero em comunicado.
Nesta acção também participa o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, que gere as matas nacionais onde está incluído o Pinhal de Leiria – também conhecido por Mata Nacional de Leiria – e que se compromete a assegurar “a manutenção das árvores no local nos próximos anos, incluindo a substituição dos sobreiros que não sobreviverem.”
De acordo com a associação, “no momento em que se multiplicam iniciativas de arborização de espécies autóctones por todo o país”, há várias medidas que podem ser tomadas para garantir a sobrevivência destas árvores.
Primeiro, é importante que quem organiza as iniciativas de plantação “verifiquem se existem compromissos/garantias que as árvores e arbustos plantados são monitorizados e mantidos nos anos seguintes”.
Isto porque, alerta, nos primeiros anos destas plantações a mortalidade “é muito elevada”, o que obriga “a substituir muitas árvores que não sobrevivem”.
Por outro lado, é importante controlar “periodicamente” a vegetação arbustiva nos primeiros anos depois da plantação de novas árvores, “através de métodos que não impliquem a mobilização do solo.”
Objectivo? “Para reduzir a competição e para prevenir a propagação de eventuais incêndios que possam ocorrer”, detalham.
A Zero apela também a parcerias com organizações de produtores locais, que estejam ligadas a equipas de sapadores, para que as tarefas sejam desempenhadas com qualidade e para se promover o emprego a nível local.
Exige ainda que fique disponível para todos informação sobre os locais onde as árvores foram plantadas e sobre as monitorizações, para que estas iniciativas tenham credibilidade e produzam resultados.
Na última segunda-feira, dia 22, o primeiro-ministro esteve no Pinhal de Leiria para dizer que o país tem a “oportunidade de fazer diferente e fazer melhor” com a reflorestação desta área, afectada em 86% pelos incêndios de Outubro.
António Costa falava na apresentação da estratégia de recuperação do Pinhal de Leiria para os próximos cinco anos, documento que está a ser preparado.
O Pinhal de Leiria, após o incêndio de 15 de Outubro, perdeu 9.475 hectares de floresta, o que corresponde a 86% da sua área total (11.021 hectares), segundo dados do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Uma das apostas da nova estratégia vai ser a diversidade de espécies, em especial as autóctones. “Não quer dizer que o pinhal não vá ser pinhal. Mas, para termos um bom pinhal e um bom pinheiro que seja, também ele, resistente ao fogo, é preciso que este pinhal não seja só de pinheiro e tenha uma boa composição e um bom ordenamento que ajudem à sua resistência”, disse António Costa, citado por um comunicado oficial.
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Recorde o que o primeiro-ministro António Costa disse sobre a estratégia para a reflorestação do Pinhal de Leiria, neste artigo da Wilder.