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Foto: Nuno Sequeira

Árvore portuguesa conquista terceiro lugar no European Tree of the Year 2019

19.03.2019

A azinheira de copa grandiosa, com 150 anos de idade, no concelho de Mértola, venceu o terceiro lugar no concurso European Tree of the Year 2019, foi revelado esta noite em Bruxelas.

 

A azinheira portuguesa, que vive no Monte Barbeiro, no Alentejo, obteve 32.630 votos no concurso europeu.

 

Foto: Nuno Sequeira

 

Em primeiro lugar, com 45.132 votos, ficou a amendoeira de Snowy Hill em Pécs, na Hungria.

 

Foto: Svastits Kriszti†n

 

Com 135 anos, a amendoeira que cresce em frente à Igreja da Nossa Senhora das Neves em Pécs é um símbolo húngaro da eterna renovação. Erguendo-se num solo rochoso, desafiando os ventos, esta árvore antiga já há 100 anos merecia a devoção da população.

Esta foi a quarta vez que a Hungria venceu este concurso, que já teve nove edições.

Em segundo lugar ficou o carvalho de Abramtsevo, na Federação Russa, tendo conseguido 39.538 votos.

 

Foto: Elena Sharykina

 

A azinheira do Monte Barbeiro tinha sido a árvore escolhida no concurso nacional, em Novembro passado.

“Sentarmo-nos debaixo da sua copa faz com que o calor abrasador do Alentejo nos pareça suportável e nos permita contemplar a vastidão da planície envolvente, respirando a sua tranquilidade”, diz-se sobre esta azinheira do Monte do Barbeiro. A organização do concurso foi entregue à Unac-União da Floresta Mediterrânica.

Trata-se de “uma árvore que se destaca pelas suas grandiosas dimensões comparativamente aos exemplares da sua espécie, uma árvore enraizada nas vidas e no trabalho das pessoas e da comunidade que a rodeia no Alentejo”, acrescentam os organizadores portugueses do concurso.

“O Homem venera as árvores desde o princípio dos tempos. Com este concurso, continuamos a celebrar as árvores que não só nos ajudam a compensar as nossas emissões de CO2, mas que também constituem um símbolo de sustentabilidade e de relações emocionais entre o Homem e a Natureza” disse Pavel Poc Membro do Parlamento Europeu e organizador da cerimónia de Entrega de Prémios.

Estiveram a concurso 15 árvores e foram contabilizados 311.772 votos durante o período de votação. Este número “mostra que os europeus estão muito preocupados com a diversidade do seu património natural e com a sua protecção”, comentou Josef Jary, da Environmental Partnership Association, entidade que organizou a cerimónia desta noite.

“O propósito da Árvore Europeia do Ano é destacar a importância das árvores antigas na herança cultural e natural, que merece toda a nossa atenção e protecção. Ao contrário de outros concursos, a Árvore Europeia do Ano não se foca apenas na beleza, no tamanho ou na idade da árvore, mas sim na sua história e relações com as pessoas”, afirmam os organizadores.

Na edição de 2018, foi uma árvore portuguesa que venceu o concurso para Árvore Europeia do Ano, conhecido como o Sobreiro Assobiador de Águas de Moura.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Descubra aqui as restantes árvores que estiveram a concurso.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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