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Ramos de uma árvore, sem folhas, contra um céu azul
Foto: Joana Bourgard / Wilder

António Costa quer que Pinhal de Leiria seja exemplo de como se faz reflorestação

23.01.2018

O país tem a “oportunidade de fazer diferente e fazer melhor” com a reflorestação do Pinhal de Leiria, afectado em 86% pelos incêndios de Outubro, disse ontem o primeiro-ministro na Marinha Grande.

 

António Costa falava na apresentação da estratégia de recuperação do Pinhal de Leiria para os próximos cinco anos, documento que deverá estar pronto em Julho, segundo o jornal Expresso.

O Pinhal de Leiria, após o incêndio de 15 de Outubro, perdeu 9.475 hectares de floresta, o que corresponde a 86% da sua área total (11.021 hectares), segundo dados do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Para já sabe-se que a estratégia para o novo pinhal passa pela promoção da diversidade de espécies, com destaque para as autóctones. “Não quer dizer que o pinhal não vá ser pinhal. Mas, para termos um bom pinhal e um bom pinheiro que seja, também ele, resistente ao fogo, é preciso que este pinhal não seja só de pinheiro e tenha uma boa composição e um bom ordenamento que ajudem à sua resistência”, disse António Costa, citado por um comunicado oficial.

Além disso, o primeiro-ministro defendeu que o novo espaço florestal deve ter uma componente agrícola “porque é também uma forma de assegurar, de modo natural, a descontinuidade”, assumindo ao mesmo tempo a “rentabilidade, modo de vida e produção, não só do solo como também das populações que vivem naquelas zonas”.

Durante a visita à área ardida no Pinhal de Leiria, o primeiro-ministro plantou simbolicamente um sobreiro com os alunos do Agrupamento de Escolas de Vieira de Leiria. Já a 12 de Dezembro, cerca de 400 alunos do ensino pré-escolar ao secundário dos concelhos de Leiria e da Marinha Grande ajudaram a plantar centenas de árvores numa parcela do Pinhal, para ajudar a recuperar aquela mata nacional.

Ontem, António Costa destacou a importância de existir “uma profunda participação neste esforço de reflorestação do Pinhal” de todos os agentes, desde a comunidade local à comunidade científica, através das universidades e dos politécnicos. “Para que o Pinhal que vamos ter seja um Pinhal melhor do que aquele que nós tínhamos.”

Nesse sentido foi assinado ontem um acordo de cooperação para a criação de uma comissão científica do programa de recuperação de matas litorais, segundo o Expresso. Além disso foi também assinado um protocolo de criação do Observatório Local do Pinhal do Rei para avaliar o plano de recuperação, propôr medidas de ordenamento e fazer a ponte entre os vários agentes envolvidos, acrescenta o jornal.

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Conheça aqui as 10 coisas que vão acontecer em 2018 para melhorar a floresta em Portugal.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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