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Uma parte do Parque da Devesa, agora no Inverno. Foto: D.R.

Um passeio para identificar espécies de Inverno, no Parque da Devesa

22.01.2016

Adultos e crianças vão juntar-se no próximo domingo à tarde para um ‘bioblitz’ de Inverno no Parque da Devesa, em Vila Nova de Famalicão. Esta actividade para identificação das espécies vai ser guiada por um biólogo e é gratuita, para todos os interessados.

 

O desafio está feito: em duas horas tentar encontrar e identificar o maior número possível de espécies, nos 27 hectares do Parque da Devesa. O grande objectivo é contribuir para o conhecimento da biodiversidade no parque e até fazer um atlas da sua fauna e flora.

O passeio vai fazer-se ao longo de quatro ambientes diferentes, todos possíveis de encontrar neste espaço verde, explica Vasco Flores Cruz, biólogo que vai conduzir o ‘Bioblitz’. Além do rio Pelhe e da vegetação ribeirinha que o rodeia, o percurso vai fazer-se também por espaços de prado e por um bosque de carvalhos e sobreiros, além de uma passagem pelos tanques de rega que antes serviam a antiga quinta.

 

Um tordo, ave invernante. Foto: Vasco Flores Cruz
Um tordo, ave invernante. Foto: Vasco Flores Cruz

 

“Hoje recuperados, os tanques de rega são importantes para os anfíbios”, nota Vasco Flores Cruz, que espera nesta altura do ano encontrar por ali rãs-verdes e alguns tritões, agora que aqueles espaços estão cheios de água.

Os participantes no Bioblitz podem ter a sorte de encontrar junto ao rio, onde no Inverno a vegetação está menos exuberante, vestígios de lontras, como pegadas ou sinais de marcação do território, uma vez que estes mamíferos são habitantes do parque.

 

Vestígio de lontra para marcar território. Foto: Vasco Flores Cruz
Vestígio de lontra para marcar território. Foto: Vasco Flores Cruz

Quanto às aves, o biólogo acredita que as pessoas vão encontrar algumas espécies invernantes que visitam este espaço verde apenas nos meses mais frios do ano, migrando para o Norte da Europa quando começa a Primavera. Como a “petinha-dos-prados, felosinha, tordo, corvo-marinho e o lugre”, exemplifica.

 

Um corvo-marinho, habitante do parque de Vila Nova de Famalicão nos meses mais frios. Foto: Vasco Flores Cruz
Um corvo-marinho, habitante do parque de Vila Nova de Famalicão nos meses mais frios. Foto: Vasco Flores Cruz

 

Quem se juntar a este ‘Bioblitz’ vai também poder consultar vários guias de campo emprestados pelo parque, que ajudam a reconhecer as espécies.

Em agenda está já um ‘bioblitz’ para a próxima Primavera, marcado para dia 20 de Março, tal como a realização de outros dois no Verão e no Outono. A ideia é fazer-se uma destas actividades por cada estação do ano, uma vez que a paisagem e as espécies vão também mudando no próprio parque.

No final de cada uma destas acções, está previsto que os dados recolhidos sobre as espécies observadas sejam publicados no Facebook.

 

Alvéola-branca. Foto: Vasco Flores Cruz
Alvéola-branca. Foto: Vasco Flores Cruz

 

“Para além de lúdicas e didácticas, estas acções surgem também com o objectivo de contribuir para o conhecimento da biodiversidade presente no parque”, sublinha o biólogo. Os registos vão ser úteis para os serviços da própria autarquia, que com essa informação vão programar melhor acções de jardinagem e de intervenção ambiental.

Uma das ideias em cima da mesa é a elaboração de um atlas da fauna e da flora do parque, eventualmente em forma de publicação, quando estiverem recolhidos todos os dados dos ‘bioblitz’ agora programados, explicou por sua vez Manuela Araújo, chefe da equipa multidisciplinar do Parque da Devesa.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

O ‘Bioblitz’ do próximo domingo realiza-se entre as 15h00 e as 17h00 e não são necessárias inscrições. Basta aparecer, como se explica na agenda da Wilder.

Se estiver interessado em conhecer as acções programadas no âmbito do programa Devesa em Família, nos quais se inclui este ‘bioblitz’ e que prevêem actividades ambientais e culturais todos os domingos, pode ir consultando aqui ao longo do ano.

Conheça os resultados dos Bioblitz realizados em Portugal no ano passado, como o de Abril em Serralves e o de Maio no Bussaco e o de Junho em Monsanto.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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