É nas árvores que podemos encontrar uma das mais bonitas, ainda que efémeras, características do Outono. Nas folhas está a acontecer algo fantástico. Aos poucos, o verde da clorofila que no Verão se esforçou para fazer a fotossíntese vai sendo removido das folhas, deixando para trás pigmentos amarelos, castanhos, vermelhos. O Jardim Gulbenkian, onde um quarto das árvores perdem as folhas no Outono e Inverno, é um excelente local para assistir a este engenhoso mecanismo da natureza.
Num passeio por este e por outros espaços verdes, esteja atento às cores e ao formato das folhas caídas no chão. Aceite o desafio e procure identificar as árvores a que pertencem, começando por estas sete espécies:
Plátano (Platanus x acerifolia)
Com as suas folhas grandes recortadas, esta árvore ornamental pode chegar aos 30 ou mesmo 40 metros de altura. É uma constante em muitas cidades do mundo e por isso uma das mais fáceis de identificar. Tolerante à poluição e aos ventos fortes, agradável pela sombra, pensa-se que resultou do cruzamento de outras duas espécies de plátanos, no século XVII. É considerada uma das espécies mais eficientes na remoção de poluição em áreas urbanas, segundo um estudo científico recente .
Bétula ou vidoeiro (Betula celtiberica)
Além das folhas ovais e ligeiramente denteadas, o tronco branco e liso em tons prateados ajuda a identificar o vidoeiro (também conhecido por bidoeiro), que nasce de forma espontânea na Serra da Estrela e nas serras do Nordeste Transmontano. É natural do Noroeste da Península Ibérica, atinge no máximo cerca de 20 metros de altura e tem uma longevidade de cerca de 100 anos. Esta árvore é da família Betulaceae, à qual pertence também o aveleiro, que também podemos ver no jardim.
Carvalho-negral (Quercus pyrenaica)
É uma das duas espécies de árvores mascescentes que habitam este espaço verde, sendo a outra o carvalho-cerquinho: as folhas secam e mudam de cor com a chegada do frio, mas a maioria mantém-se na árvore ao longo do Outono e Inverno. É raro ultrapassar os 25 metros de altura. Os lóbulos das folhas são profundos e irregulares, e estas costumam ter uma página inferior esbranquiçada e de toque aveludado. Em Portugal, também é conhecido por carvalho-pardo-das-beiras e é característico do Interior Norte e Centro.
Ameixeira-de-jardim (Prunus cerasifera)
As folhas desta pequena árvore, originária da Península Balcânica e Crimeia, são fáceis de reconhecer, principalmente pela cor púrpura. São elípticas, finamente dentadas e têm cerca de seis centímetros de comprimento. Esta árvore da família Rosaceae, que atinge os oito metros de altura, dará flor já a partir do fim do Inverno, sendo das primeiras árvores a florescer.
Tília-prateada (Tilia tomentosa)
Esta é outra espécie exótica, natural do Sudeste asiático até à Turquia. As suas folhas, de margens serradas, são mais lisas na face superior e com uma espécie de veludo na face inferior, de um tom mais esbranquiçado. Esta árvore de tronco estriado cinzento-escuro pode chegar aos 35 metros de altura.
Ulmeiro (Ulmus minor)
Esta é uma grande árvore nativa que faz parte da nossa paisagem natural. Procure-a no Jardim Gulbenkian, estando atento às suas folhas pontiagudas, de margens serradas e base assimétrica. Podem medir até 12 centímetros de comprimento. Os ulmeiros têm sofrido, desde o início do século passado, uma grave doença, a grafiose dos ulmeiros ou DED (“Dutch Elm Disease”), provocada por um fungo (Ceratocistis ulmi).
Choupo-branco (Populus alba)
É uma árvore nativa no Sul da Europa, da família Salicaceae, que pode chegar aos 25 metros de altura. Em Portugal podemos encontrá-la um pouco por toda a parte. É uma árvore de folha caduca e de tronco branco rugoso. As suas folhas têm cinco lóbulos desiguais, com um pecíolo longo e um indumento branco na face inferior.
[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.
Quantas destas sugestões consegue encontrar? O desafio é fotografar ou desenhar as aves aquáticas que observar e partilhar as suas imagens connosco, enviando para [email protected]. Iremos publicar as melhores na Wilder.
Ao longo do ano, a cada mês, a revista Wilder sugere-lhe a natureza que não pode perder no Jardim Gulbenkian.