Onde ver aves no Algarve e quais as melhores espécies para procurar

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O autor do novo livro “Os 100 melhores locais para ver aves no Algarve”, Gonçalo Elias, sugere onde ir e que espécies procurar para ter uma experiência enriquecedora.

Quantas espécies de aves estão registadas para o Algarve?

Devido à sua localização e às suas características, o Algarve tem uma enorme diversidade de espécies. Em cada ano são registadas cerca de 300 espécies diferentes de aves e o total global registado até hoje é de cerca de 400. Estes valores ilustram bem o potencial da região.

Que espécies procurar em cada época do ano?

Eis algumas das espécies mais interessantes que podem ser vistas em cada estação:

Primavera: calhandrinha-das-marismas, toutinegra-tomilheira, noitibó-de-nuca-vermelha

Verão: andorinhão-cafre, rouxinol-do-mato, gaivota-de-audouin

Outono: borrelho-ruivo, pardela-de-barrete, gaivota-de-bico-fino

Inverno: garajau-grande, zarro-castanho, íbis-preta

Todo o ano: gralha-de-bico-vermelho, caimão, alcaravão

Onde ir em cada estação do ano para observar aves?

Na Primavera, os hotspots do interior são muito interessantes, pois permitem ver uma boa variedade de aves terrestres, muitas das quais são mais difíceis de encontrar junto à costa. Na faixa costeira as zonas de caniçal e as lagoas costeiras são igualmente interessantes nesta época.

O Verão é uma altura complicada devido ao afluxo massivo de veraneantes, mas a partir de meados de Agosto o número de migradores é já considerável e nessa altura é possível fazer boas observações em sítios menos procurados por turistas, como salinas e zonas agrícolas, por exemplo.

No Outono, a zona de Sagres é um local especialmente favorável para observar rapinas, aves marinhas e toda a espécie de aves migradoras. No entanto, toda a faixa costeira do Algarve pode ser interessante nesta altura.

Quanto ao Inverno, o prato forte são as aves aquáticas, e por isso os melhores locais situam-se em torno das zonas húmidas, que atraem patos, mergulhões, limícolas, gaivotas, garajaus e outras espécies. Os hotspots mais interessantes nesta altura do ano estão concentrados em torno da ria Formosa, da reserva de Castro Marim, mas também noutras zonas húmidas menos conhecidas, como os arrozais da zona da Lagoa.

Porque é o Algarve um “fantástico destino de birdwatching”?

Porque tem uma grande diversidade de aves ao longo de todo o ano.

Além disso, porque é uma região com bastantes acessos, o que faz com que seja relativamente fácil de explorar.

Também ajuda ter um clima ameno.

Por fim, porque compreende uma enorme diversidade de habitats, que incluem estuários, lagoas, caniçais, salinas, terrenos agrícolas e florestais, serra, ribeiras, arribas costeiras e praias.


Saiba mais.

Leia a entrevista a Gonçalo Elias, autor do livro “Os 100 melhores locais para ver aves no Algarve”.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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