Nesta edição do concurso europeu para 2019, Portugal entra com a “azinheira secular do Monte Barbeiro”, na região de Mértola, contra outras 14 candidatas. França e Holanda participam pela primeira vez.
A fase de votações da 9ª edição do concurso Tree of the Year prolonga-se até ao final de Fevereiro, com 15 países a concurso. Cada pessoa pode escolher duas árvores favoritas.
“Todos podem escolher a sua árvore preferida através de um sistema de votação on-line em que cada votante seleciona duas árvores e confirma o voto através de um link que lhe é enviado para o e-mail”, indica uma nota enviada à Wilder pela Unac – União da Floresta Mediterrânica, que organiza o concurso em Portugal.
“O concurso não procura apenas a árvore mais bonita esteticamente, mas sim uma árvore com uma história, uma árvore enraizada nas vidas e no trabalho das pessoas e da comunidade que a rodeia”, explicam os organizadores.
Há cerca de um ano, Portugal participou pela primeira vez e foi o grande vencedor, com o “sobreiro assobiador” da aldeia de Águas de Moura, na região de Palmela. Nesse ano, cerca de 200.000 pessoas participaram nas votações daquele que já é considerado “um dos maiores concursos da Europa”.
Quanto a 2019, a árvore que representa Portugal foi escolhida numa competição online com mais nove concorrentes, em que houve um total de 19.328 votos.
É “uma árvore que se destaca pelas suas grandiosas dimensões comparativamente aos exemplares da sua espécie, uma árvore enraizada nas vidas e no trabalho das pessoas e da comunidade que a rodeia no Alentejo”, descreveu a Unac.
Nesta nova edição, a azinheira portuguesa tem adversários de peso, com idades que vão dos 65 aos 500 anos. A mais idosa é a “tília de Gubec”, uma tília-de-folhas-grandes que assistiu à Grande Revolta dos Camponeses, na Croácia, em 1573, mas outras candidatas também fazem parte da História.
É o caso do “Tília da Liberdade da República Checa” (outra tília-de-folhas-grandes), a única das 16 tílias plantadas em honra da fundação da Checoslováquia, em 1918, que ainda hoje sobrevive.
Outras concorrentes distinguem-se pelo formato diferente do tronco. Exemplos? A “árvore de Nellie”, uma faia do Reino Unido em forma de “n”, fruto de uma história de amor com mais de 100 anos, ou a estranha “árvore-pássaro” de França, um sobreiro descrito com “o contorno de uma ave de rapina a abrir as suas asas”.
Várias concorrentes estão ligadas também a sítios religiosos, como o “guardião-dos-segredos-da-Morávia”, uma tília-de-folhas-grandes, plantada há 235 anos, que protege uma velha igreja erguida entre os séculos IX e X na Eslováquia. Ou então a “amendoeira de Snowy Hill em Pécs”, na Hungria, que desde há 135 anos recebe os visitantes da Igreja de Nossa Senhora da Neve.
No entanto, para já, a árvore que está à frente da corrida pertence à Federação Russa, com 617 votos. O “carvalho Abramtsevo” é um carvalho-comum com 248 anos, que se encontra na região de Moscovo. “Durante a sua vida assistiu a várias personalidades russas da arte – pintores, poetas e atores. Gogol, Turgenev, Repin, Vasnetsov, Levitan, Surikov e Polenov caminharam debaixo da sua grande copa.”
Segue-se a “amendoeira de Snowy Hill em Pécs” (Hungria), com 473 votos, e em terceiro lugar a candidata de Portugal a Árvore Europeia do Ano, a “azinheira secular do Monte Barbeiro”, com 373 votos.
O concurso Tree of the Year 2019 é organizado pela Environmental Partnership Association (EPA), uma associação ambiental que há 25 anos actua em seis países da Europa Central e de Leste. O objectivo é “destacar a importância das árvores no património natural e cultural da Europa e nos serviços do ecossistema.”
Na última semana, os resultados da votação ficam escondidos do público. Os vencedores serão revelados apenas na cerimónia final de entrega de prémios, que se realiza em Bruxelas a 19 de Março.
[divider type=”thin”]Saiba mais.
Leia aqui as histórias das 15 árvores a concurso (em português) e faça a sua votação em duas delas.
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