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Uma visita para conhecer o atelier de Pedro Salgado

27.05.2015

Em cima de estiradores e guardados em gavetas e em prateleiras estão 49 anos de desenho e ilustração.

Pedro Salgado, biólogo e ilustrador científico de 55 anos, mostrou-nos os cantos à casa onde trabalha.

 

 

Numa prateleira guarda os cadernos de campo, a maioria de capa preta, com os desenhos que faz nas suas expedições no Grupo do Risco ou nos tempos livres.

Na parede está um desenho especial. “Tinha seis anos quando pintei este mar, com dezenas de peixes e um mergulhador”, conta-nos. Na verdade, sempre gostou do mar, desde os tempos em que ia com o pai fazer caça submarina.

E sempre gostou de desenhar. “Aos 13, 14 anos deixei de desenhar e só recomecei na Faculdade de Ciências, no curso de Biologia. Fazia posters para colegas e comecei a achar graça.” Mais ainda do que à investigação em biologia marinha. Depois do mestrado em desenho científico nos EUA, tornou-se claro o que queria fazer.

E prova disso são as gavetas cheias com os seus originais de ilustração científica, a transbordar de peixes, e o armário de madeira com o material de desenho. Em cada gaveta há uma etiqueta para descrever o que lá tem dentro. Há gavetas para grafites, lapiseiras, pincéis profissionais, quatro gavetas com pincéis, aguarelas, canetas, carvões, pastéis, borrachas, mix field sketching, entre outras.

As estantes forram as paredes com livros de desenho e pintura, especialmente naturalista, e guias de campo.

Em cima do estirador onde trabalha, está o salmonete que tem em mãos de momento, várias lapiseiras, um pires para o guache e um antigo frasco de mel com água para lavar pincéis.

 

 

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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