Uma equipa internacional de investigadores descreveu para a Ciência uma nova espécie de libelinha, Nikoulabasis roseosticta, encontrada das ilhas Fiji.
Com as suas mais de 300 ilhas, o arquipélago das Fiji alberga um grande número de libelinhas que não existem em mais nenhuma parte do mundo. Agora junta-se a este grupo a Nikoulabasis roseosticta, descrita pela primeira vez num artigo publicado na revista Zootaxa.
“Trata-se de um animal raro e grande”, comentou Adolfo Cordero, investigador da Universidade de Vigo, na Galiza, que participou nesta investigação, ao lado de colegas dos Estados Unidos, Nova Zelândia e das Fiji. “É morfologicamente a espécie mais diferente das espécies endémicas das Fiji”, acrescentou Adolfo Cordero, referindo-se à libelinha que recebeu o nome devido à cor rosa que tem na parte externa das asas.
A descrição desta espécie é o resultado da análise de exemplares recolhidos em diferentes pontos da ilha de Vanua Levu nos anos 2008, 2019 e 2023, no âmbito de diferentes projectos.
A característica mais diferenciadora desta espécie, para Cordero, é a cor rosa que apresenta no seu pterostigma, o nome da célula opaca na borda anterior das asas das libelinhas.
Mas a Nikoulabasis roseosticta destaca-se também das outras espécies endémicas do arquipélago por ter um “abdómen muito comprido” que poderá servir para “pôr os ovos dentro de plantas que acumulam água e onde podem viver as larvas”.
“Outras espécies em outros lugares do mundo, com este aspecto, são normalmente habitantes das bromélias, plantas que acumulam água na base das folhas, onde vivem as larvas das libelinhas e libélulas que predam outros organismos que usam o mesmo ambiente, como larvas de mosquitos”, acrescentou o mesmo investigador. Quanto à nova espécie agora descrita, isso ainda vai ter de ser investigado.
Assim, o género Nikoulabasis passa a ser composto por oito espécies.
Mas poderá ser por pouco tempo. O co-autor deste artigo, Milen Marinov (entomólogo do Ministério do Sector Primário da Nova Zelândia), está a trabalhar na revisão de todas essas espécies, o que poderá levar à descrição de novas espécies no arquipélago. “Devem restar poucas mas é possível que ainda esteja alguma por descobrir”, admitiu Cordero, lembrando que “muitas zonas das Fiji não têm acesso ou têm acesso muito difícil”.