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Camaleão fotografado no Algarve. Foto: Steven Fruitsmaak/Wiki Commons

Há um novo projecto para ajudar os camaleões do Algarve

12.04.2021

O Projecto Camaleão vai ter a duração de um ano e nasce de uma das ideias que venceram em 2019 o Orçamento Participativo Jovem Portugal.

Em causa estava a construção de um Centro de Recuperação e Investigação do Camaleão do Algarve, ideia apresentada por um grupo de jovens que arrecadou 319 votos e ficou em terceiro lugar, entre os sete projectos vencedores dessa edição.

Agora, está finalmente a avançar, através de uma parceria entre as autarquias de  Loulé, Faro, Olhão, Tavira, Castro Marim e Vila Real de Santo António, a Universidade do Algarve e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, concretizada com o envolvimento do Instituto Português do Desporto e da Juventude, através da Direcção Regional do Algarve.

Quanto à execução técnica, foi entregue à Associação Vita Nativa, que tem a responsabilidade de colocar as acções no terreno em todo o Sotavento algarvio, única área em Portugal onde ocorre este pequeno réptil ameaçado de extinção. O Sotavento é a zona mais oriental do Algarve, entre Loulé e Vila Real de Santo António, que inclui o Parque Natural da Ria Formosa.

 “Através da sensibilização da comunidade para a importância do camaleão-comum (Chamaeleo chamaeleon) e dos seus factores de ameaças, tencionamos contribuir para a sua conservação a longo prazo”, adianta a associação algarvia dedicada à conservação do ambiente, numa nota de imprensa enviada à Wilder. “Queremos também melhorar o conhecimento sobre a distribuição geográfica e biologia desta espécie tão icónica do Algarve, seja contando com a colaboração da população seja promovendo a realização de trabalhos científicos”. 

Foto: Vita Nativa

Em causa está um orçamento de 60.000 euros para ser aplicado ao longo de um ano, incluindo numa campanha se sensibilização ambiental “abrangente”, que terá como alvo tanto os habitantes da região como os turistas que visitam todos os anos o Algarve e a zona da Ria Formosa.

Prevista está também a criação do Centro de Interpretação do Camaleão, em Olhão, com o objectivo de dar a conhecer esta espécie a todos os que o visitarem e divulgar o que já se sabe sobre a sua ecologia.

Igualmente importante vai ser a aposta na ciência cidadã, com o lançamento de uma campanha para ajudar a registar todos os avistamentos desta espécie. E para ajudar na recuperação dos animais que forem encontrados feridos ou debilitados, o Projecto Camaleão vai também investir “na melhoria de infra-estruturas adequadas à espécie” no  Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens (RIAS).


Agora é a sua vez.

Caso aviste um camaleão, pode fazer o registo da sua observação diretamente na página do projeto ou enviar a informação para camaleã[email protected], ou ainda através das redes sociais da Associação Vita Nativa. 

Recorde ainda como procurar camaleões no Verão, nesta artigo já publicado pela Wilder.


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Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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