Relatório britânico alerta que 400.000 espécies de insectos estão ameaçadas de extinção, por causa, principalmente, do uso intensivo de pesticidas.
O novo relatório “Insect declines and why they matter” – realizado por uma aliança de organizações britânicas, sob o chapéu dos Wildlife Trusts – sugere que metade de todos os insectos podem já ter desaparecido desde 1970, como resultado da destruição da natureza e do uso intensivo de pesticidas. O relatório diz que 40% do milhão de espécies de insectos conhecidas estão ameaçadas de extinção.
Só no Reino Unido, cujos insectos são dos mais estudados em todo o mundo, 23 espécies de abelhas e de vespas já se extinguiram no último século.
“Os insectos são vitais para o funcionamento dos ecossistemas terrestres e de água doce”, diz em comunicado Dave Goulson, entomólogo da Universidade de Sussex, no Reino Unido, e o autor do relatório.
“Têm papéis cruciais como a polinização, a dispersão de sementes e a reciclagem de nutrientes. Também são alimento para muitos animais, incluindo aves, morcegos, peixes, anfíbios e répteis”, acrescenta.
“Se não travarmos o declínio dos nossos insectos haverá profundas consequências para toda a vida na Terra.”
A boa notícia é que, segundo este relatório, os insectos podem ser salvos. Desde que sejam aplicadas metas rigorosas para reduzir o uso dos pesticidas e que os jardins e parques urbanos sejam mais amigos das espécies selvagens.
“Pusemos em risco alguns dos mais fundamentais blocos da vida”, disse Gary Mantle, director-executivo do Wiltshire Wildlife Trust, ao jornal The Guardian. “Mas os insectos e outros invertebrados poderão recuperar rapidamente se deixarmos de os matar e recuperarmos os habitats que precisam para sobreviver. Temos todos de agir nos nossos jardins, parques, quintas e locais de trabalho”, acrescentou.
A conclusão do relatório é clara: “Se o declínio dos insectos não for travado, os ecossistemas terrestres e de água doce irão colapsar, com profundas consequências para o bem-estar humano.”