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Mosca das flores. Foto: Albano Soares

Será que as moscas também são polinizadoras?

26.04.2019

Albano Soares, da Rede de Estações da Biodiversidade e do Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal responde à pergunta naturalista de uma leitora da Wilder.

 

Yolanda Corsépius escreveu à Wilder e colocou uma pergunta naturalista que a intrigava. “Será que as moscas, tão transmissoras de doenças, não serão também obreiras da polinização, tão ameaçada com os insecticidas?”

Segundo Albano Soares, esta é “uma questão útil e pertinente”.

“Na realidade, muitos outros grupos faunísticos são polinizadores, mesmo alguns vertebrados como pequenos répteis, morcegos e aves. No entanto, nas nossas latitudes os insectos são os polinizadores por excelência.”

“Nesta classe (Insecta), muitas ordens visitam flores e assim fazem a polinização.”

 

Mosca das flores. Foto: Albano Soares

 

“Habituamo-nos a falar das Abelhas (Hymenoptera) como agentes polinizadores. Mas Moscas (Diptera), Borboletas (Lepidoptera), Besouros (Coleoptera) e outros são também grande polinizadores.”

“Nas Moscas destacam-se algumas famílias como os Syrphidae, também conhecidas por moscas das flores. Estas são grandes polinizadoras!”

Por exemplo, em Portugal, a Episyrphus balteatus é uma das muitas espécies comuns de moscas-das-flores. Esta é uma mosca pequena, com cerca de 10 milímetros de comprimento, facilmente identificada pelo abdómen de cor laranja com riscas pretas. Na sua fase adulta, esta mosca ajuda a polinizar várias espécies de plantas.

“E claro que, como toda a cadeia trófica, também estes insectos estão sujeitos às consequências das más práticas agrícolas, como o uso corrente dos chamados pesticidas”, lembra Albano Soares

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Descubra cinco insectos polinizadores que poderá observar em Portugal.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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