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Cientistas portugueses desenvolvem drone para ajudar saúde das florestas

08.05.2015

Os drones propriamente ditos já existem, mas se o projecto da Universidade de Aveiro e da empresa Geoatributo for bem sucedido, estes veículos aéreos não tripulados vão dar uma boa ajuda à avaliação do estado de saúde das florestas portuguesas e noutras partes do mundo.

Jan Jacob Keizer, investigador na Universidade de Aveiro, é o coordenador de um novo projecto de monitorização da saúde das florestas, que pretende desenvolver um sistema de leitura de factores de stress em manchas florestais – mais eficiente do que os tradicionais grupos de técnicos no terreno, uma vez que o drone monitoriza 50.000 metros quadrados a cada dez minutos.

“O nosso objectivo é que o drone siga um plano de voo para passar por cima de uma plantação, observando-a no seu todo, para podermos identificar o estado de saúde das árvores e os gestores dessa área decidirem o que vão fazer”, explicou este responsável à Wilder.

A tecnologia está a ser desenvolvida pelos departamentos de Ambiente e Ordenamento e de Biologia e Química da Universidade de Aveiro, juntamente com a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, e vai ajudar a identificar, por exemplo, plantas afectadas pela falta de água ou nutrientes, ou que estejam doentes devido a fungos ou insectos.

Para isso, este novo sistema vai analisar “imagens multiespectrais [adquiridas em diferentes comprimentos de onda, que resultam na captura separada de cores]” recolhidas através de um drone que se assemelha a um pequeno helicóptero, uma vez que tem uma asa rotativa.

Para permitir essa análise, os cientistas pretendem “identificar em que partes do espectro há resposta das plantas aos vários tipos de stress”, explicou também o docente.

Para aumentar as possibilidades de sucesso económico, a equipa tem estado especialmente preocupada com as plantações de eucaliptos, uma vez que estas “existem por todo o mundo”.

Além dos proprietários de florestas de eucaliptos portugueses, também empresas de países como o Brasil e Moçambique poderão estar interessadas na nova tecnologia, acredita Jan Keizer.

No final do projecto, apoiado por fundos comunitários ligados ao COMPETE (Programa Operacional Factores de Competitividade), e que termina já em Junho, a Geoatributo vai decidir se há condições para avançar ou não para o mercado.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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