Ocorrem entre o Pólo Sul e o Equador, estão entre as aves mais conhecidas e inspiradoras, mas mais de metade das 18 espécies de pinguins estão hoje ameaçadas de extinção. A Birdlife International lançou agora uma campanha para chamar a atenção para este problema ignorado.
“Para muitos [de nós], os pinguins bem podiam ter origem na lua, tão limitadas são as oportunidades de vermos um no seu habitat natural”, notam os responsáveis da BirdLife, no lançamento da nova campanha “Proteja um Pinguim“.
A organização internacional está a angariar fundos até ao final de Junho, para investir em acções de conservação de seis espécies de pinguins: pinguim-rei (Aptenodytes patagonicus), pinguim-de-humboldt (Sphenicus humboldt), pinguim-de-magalhães (Sphenicus magellanicus), pinguim-africano (Sphenicus demersus), pinguim-saltador-da-rocha (Eudyptes chrysocome) e pinguim-de-olho-amarelo (Megadyptes antipodes).
Entre as 18 espécies de pinguins em todo o mundo, 10 estão hoje Vulneráveis ou Em Perigo de extinção, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza, o que os coloca como o segundo grupo de aves marinhas mais ameaçado do mundo, a seguir aos albatrozes.
“Tal como os albatrozes, os pinguins estão a viver o pior dos dois mundos”, alerta a Birdlife.
Nos locais de nidificação, em terra, são perseguidos por espécies introduzidas pelos humanos, enfrentam doenças e a degradação dos seus habitats. No mar, os maiores problemas são a poluição petrolífera e as pescas. Por causa destas últimas, têm menos alimento disponível e são capturados acidentalmente nas redes e noutros equipamentos.
Os responsáveis da campanha reconhecem ainda assim que muito trabalho está já a ser feito. Além das iniciativas de organizações e de investigadores, em Outubro passado nasceu a maior Área Marinha Protegida do mundo – na Antártida, com 1,5 milhões de quilómetros quadrados – graças ao acordo entre a União Europeia e 24 países.
Esta área foi estabelecida no Mar de Ross, descreve a Birdlife, e vai ajudar a proteger o pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) e o pinguim-de-adélia (Pygoscelis adeliae).
Em contrapartida, algumas espécies continuam hoje bastante ameaçadas e estão Em Perigo de extinção, como o pinguim-africano (presente na extremidade sul da África do Sul) e o pinguim-de-olho-amarelo (Nova Zelândia).
No âmbito da nova campanha, quem doa o dinheiro pode escolher o montante e a espécie que vai ajudar, entre 17 euros e mais de 2.000 euros. No caso do pinguim-africano, por exemplo, 17 euros bastam para “pagar cinco arbustos nativos” entre os quais este animal poderá viver, lê-se no site da Birdlife. Já 87 euros, para o pinguim-de-magalhães, podem ajudar ao estudo das rotas de migração de Inverno desta espécie.
“Com as ameaças a aumentar e as populações de pinguins em declínio, precisamos de agir depressa e actuar decisivamente (…), para assegurar que o futuro destas aves icónicas não fica confinado à ficção dos ‘cartoons’ e das embalagens de biscoitos ”, apela a organização.