Livro do biólogo e fotógrafo de natureza Diogo Oliveira está disponível gratuitamente. A Wilder falou com o autor e conta-lhe o que pode encontrar.
Do grande abelhão-dos-jardins (Bombus hortorum), que mede quase quatro centímetros de comprimento, à parvinha, como é também conhecida a irrequieta petinha-dos-prados ( e ao morcego-de-peluche, espécie Vulnerável à extinção, o novo Guia da Biodiversidade de Oeiras dá-nos a conhecer mais de 300 animais, plantas, fungos e líquenes que podemos observar no concelho e também noutros locais do país.
Nas quase 450 páginas deste livro, que foi lançado em maio pela Câmara Municipal de Oeiras, ficamos a conhecer muitas aves e mamíferos, mas também répteis, moluscos, estrelas-do-mar, medusas, peixes, caracóis, cogumelos e fungos, ou ainda insetos e plantas. Quanto a estes dois últimos grupos, estão incluídas diversas espécies, mas houve cuidado para não duplicar a informação contida num outro guia publicado recentemente, o Guia de Plantas e Insetos das Estações da Biodiversidade e Biospots de Oeiras.
Entre tanta variedade disponível, a escolha não foi fácil e recaiu quase sempre nas espécies mais comuns e fáceis de observar. Diogo Oliveira explicou à Wilder que ao preparar o novo guia encontrou um total de 1700 espécies já registadas para o concelho – incluídas em informação do próprio município, em plataformas de ciência cidadã – Biodiversity4All e eBird – e também algumas por ele observadas.
“O objetivo é chegar à população em geral, mesmo a quem não conheça muito bem como funcionam os guias de campo”, descreveu o autor, que ao longo de dois anos se desdobrou entre reunir e selecionar informação relativa à biodiversidade do município, tratar de fotografias e textos e concretizar igualmente a montagem gráfica – esta última de forma a que o livro possa ser utilizado facilmente, mesmo por quem não tem experiência na observação da natureza.
E por isso, a escolha das imagens fez-se de forma a facilitar a identificação de cada animal, planta, fungo ou líquen, descritos pelos seus nomes comuns e pelo respetivo nome científico. Cada espécie, além de duas ou três fotografias e de dois pequenos parágrafos sobre a biologia e as suas principais características físicas, tem a acompanhá-la uma série de dados e ícones que agregam mais dados de interesse. Por exemplo, comprimento, longevidade, áreas de distribuição global, tipos de habitat onde é mais comum, hotsposts de biodiversidade onde se encontra em Oeiras, alimentação, estatuto de conservação, calendários… “A ideia foi termos mais informação gráfica e menos texto”, indicou Diogo.
Além de informação complementar sobre os diferentes grupos de espécies e sobre locais de interesse a visitar no concelho, no que respeita à biodiversidade, ou conselhos sobre como observar a natureza, a obra inclui outra ferramenta útil: as últimas páginas contêm índices remissivos com os nomes científicos e os nomes comuns em português. E é assim que ficamos a saber, por exemplo, que “chasco do rego” é outro dos nomes do guarda-rios (Alcedo atthis), ou que o borrelho-de-coleira-interrompida (Anarhynchus alexandrinus) é igualmente chamado de “pássaro das areias”. E que a petinha-dos-prados é igualmente conhecida, por alguns, como “parvinha”.
Como ter acesso
“A ideia do Guia da Biodiversidade de Oeiras surgiu na sequência do sucesso e da receção muito positiva do Guia de Plantas e Insetos das Estações da Biodiversidade e Biospots de Oeiras, publicado em 2020”, indicou por sua vez Sara Almeida, da Divisão de Gestão Ambiental da Câmara de Oeiras. “Na altura, percebemos que havia um grande interesse da comunidade em conhecer melhor a biodiversidade local. Sentimos, então, a necessidade de aprofundar e expandir essa abordagem, criando um guia mais abrangente que representasse a diversidade de espécies de vários grupos taxonómicos existentes nos diferentes ecossistemas do concelho.”
De acordo com a mesma responsável, o objetivo é que este livro seja “um instrumento de referência para munícipes, visitantes, estudantes e empresas, promovendo o contacto direto com a natureza em diferentes contextos, desde visitas de estudo, a passeios em família ou caminhadas diárias, e incentivando a sua sensibilidade, o sentido de pertença e o interesse pela conservação das espécies”.
Além de estar disponível online, incluindo para download, este novo guia poderá ser encontrado no Edifício Atrium – Serviços Técnicos da CMO e na Loja do Palácio. De acordo com o município, é também possível fazer-se o pedido de envio através dos CTT, por email (para [email protected]).