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Como são os ovos de airo?

22.04.2025

Nesta primavera, a Wilder publica a série “Como são?” que lhe fala dos ovos de algumas das aves que nesta estação do ano nidificam no nosso país. As belíssimas ilustrações são de Lúcia Antunes, professora e ilustradora do Grupo do Risco.

O airo (Uria aalge) é uma ave marinha preta e branca com um bico fino. É “frequentemente encontrado poisado na água e a mergulhar”, perseguindo “pequenos peixes debaixo de água, usando as asas como ‘barbatanas'”, descreve o portal Aves de Portugal.

Airos (Uria aalge). Foto: Anne Burgess/WikiCommons 

Hoje em dia, esta espécie será apenas invernante, uma vez que terá deixado de se reproduzir no nosso país. “A população reprodutora diminuiu gradualmente ao longo das últimas décadas e deverá estar actualmente reduzida a zero casais.” Outrora fazia ninho nas falésias rochosas das ilhas Berlengas, sendo, aliás, o símbolo da Reserva Natural das Berlengas, área protegida criada em 1981. Mas em 1995 restavam apenas 34 indivíduos de uma população que chegou a ter seis mil casais no início do século XX, segundo o primeiro censo àquela população feito em Junho de 1939.

Segundo a Lista Vermelha das Aves de Portugal Continental, “a última evidência de nidificação ocorreu em 2002”.

Ovo de airo. Ilustração: Lúcia Antunes

Na Berlenga, o airo nidificava em colónias, incubando um único ovo. Este era colocado directamente sobre a rocha, em pequenas reentrâncias ou plataformas em falésias ou grutas.

Ovo de airo. Ilustração: Lúcia Antunes

“As aves jovens abandonam os locais de nidificação ainda antes de poderem voar, seguindo os progenitores (machos) a nado no mar”, segundo o livro “Aves de Portugal – Ornitologia do Território Continental”.


Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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