Nesta primavera, a Wilder publica a série “Como são?” que lhe fala dos ovos de algumas das aves que nesta estação do ano nidificam no nosso país. As belíssimas ilustrações são de Lúcia Antunes, professora e ilustradora do Grupo do Risco.
O airo (Uria aalge) é uma ave marinha preta e branca com um bico fino. É “frequentemente encontrado poisado na água e a mergulhar”, perseguindo “pequenos peixes debaixo de água, usando as asas como ‘barbatanas'”, descreve o portal Aves de Portugal.
Hoje em dia, esta espécie será apenas invernante, uma vez que terá deixado de se reproduzir no nosso país. “A população reprodutora diminuiu gradualmente ao longo das últimas décadas e deverá estar actualmente reduzida a zero casais.” Outrora fazia ninho nas falésias rochosas das ilhas Berlengas, sendo, aliás, o símbolo da Reserva Natural das Berlengas, área protegida criada em 1981. Mas em 1995 restavam apenas 34 indivíduos de uma população que chegou a ter seis mil casais no início do século XX, segundo o primeiro censo àquela população feito em Junho de 1939.
Segundo a Lista Vermelha das Aves de Portugal Continental, “a última evidência de nidificação ocorreu em 2002”.
Na Berlenga, o airo nidificava em colónias, incubando um único ovo. Este era colocado directamente sobre a rocha, em pequenas reentrâncias ou plataformas em falésias ou grutas.
“As aves jovens abandonam os locais de nidificação ainda antes de poderem voar, seguindo os progenitores (machos) a nado no mar”, segundo o livro “Aves de Portugal – Ornitologia do Território Continental”.