O XV Censo de Mantas/Milhafres, aves de rapina residentes nestes dois arquipélagos, está agendado para os dias 9, 10 e 11 de Abril.
O anúncio foi feito esta semana pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), coordenadora desta iniciativa de ciência cidadã que se realiza todos os anos desde 2006, e que pretende “mobilizar dezenas de voluntários, a quem se pede a recolha de dados sobre os avistamentos destas aves”.
Tanto nos Açores como na Madeira, o censo debruça-se sobre subespécies locais da águia d’asa redonda (Buteo buteo), ave de rapina que é comum em Portugal Continental.
No arquipélago açoriano, a ave em causa (Buteo buteo rothschildi) é chamada de milhafre ou queimado e é endémica da região, único sítio do mundo onde habita. O mesmo se passa no arquipélago madeirense com a manta (Buteo buteo harterti), espécie semelhante, que é ali o alvo deste censo.
Tanto os milhafres açorianos como as mantas “partilham características morfológicas e comportamentos”. A plumagem nas partes superiores é acastanhada; na parte inferior, castanho-claro com manchas e listas; a parte interior das asas é esbranquiçada e o bico é forte, preto e amarelo.
Estas espécies estão também entre as “aves mais emblemáticas” dos dois grupos de ilhas, “sendo que no caso dos Açores o milhafre é a única espécie de ave de rapina diurna que reside no arquipélago”.
Ora caçando ora peneirando
Estas aves são facilmente identificadas ao longe devido ao seu voo característico a caçar, ora caçando ora peneirando, descreve a organização não governamental de ambiente.
Na ilha da Madeira, as mantas “podem ser observadas um pouco por toda a ilha, em zonas florestais, áreas costeiras, pastagens e até mesmo em zonas urbanas, alimentando-se maioritariamente de roedores, podendo consumir também pequenas aves, insetos e minhocas”. São ainda vistas muitas vezes em poisos ao longo das estradas e ocorrem também em Porto Santo.
Já nos Açores, os milhafres ou queimados são conhecidos em quase todo o arquipélago, pois estão ausentes apenas das ilhas das Flores e do Corvo.
Basta conseguir identificar
Para participar no censo, “não são necessários conhecimentos científicos específicos, bastando conseguir identificar esta ave de rapina”, adianta a SPEA. Como estas contagens se realizam em em percursos pré-definidos – de carro, a pé ou de bicicleta – permitem “cumprir com as indicações em relação à prevenção da transmissão do Covid-19.”
Foi precisamente devido à pandemia que o censo ficou por realizar no ano passado, pelo que agora vai ter a sua 15ª edição, explica também a SPEA. Na última vez, em 2019, participaram 135 voluntários nos Açores e 79 na Madeira, que contaram, respectivamente, um total de 476 milhafres e 158 mantas.
Agora é a sua vez.
Deseja saber como participar e inscrever-se no censo de mantas/milhafres? Veja aqui como fazer.