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Sete coisas que precisa saber para ir contar águias na Madeira

15.04.2016

Há dez anos que se fazem contagens de mantas (Buteo buteo harterti), a maior ave de rapina diurna do arquipélago da Madeira. O próximo censo é já neste fim-de-semana e precisa da ajuda dos cidadãos. Aqui ficam sete coisas que precisa saber para participar.

 

Quando: este ano, o programa de monitorização a longo prazo, coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea), realiza-se no fim-de-semana de 16 e 17 de Abril. O ideal é procurar as aves entre as 10h00 e as 14h00, período quando estão mais activas. Pode participar num único dia ou nos dois dias.

O que é preciso fazer e por que é importante: a ideia é fazer percursos – a pé, de bicicleta ou de automóvel – e registar as mantas que vir em fichas disponibilizadas no site online da Spea; não é preciso ter conhecimentos aprofundados de ornitologia, basta conseguir identificar esta ave. No site terá ainda um dístico para a sua viatura e um inquérito aos participantes. Segundo a Spea, “só é possível obter um volume de informação tão elevado quando os cidadãos se envolvem num projecto e dão o seu contributo à Ciência”.

Onde procurar: O censo decorre no arquipélago da Madeira. Visite florestas, zonas costeiras, pastagens e até zonas urbanas. Procure esta águia a voar, sozinha ou em grupo, a pairar, pousada no solo ou, muito frequentemente, em cima de muros ou cercas, postes, nos seus poisos de caça e em fios eléctricos e telefónicos.

Manta (Buteo buteo harterti). Foto: Faísca
Manta (Buteo buteo harterti). Foto: Faísca

Como é esta águia: Tem uma envergadura de asa entre os 110 e os 130 centímetros. Alimenta-se maioritariamente de roedores mas pode consumir também pequenas aves, insectos e minhocas.

Importância do censo: estas contagens permitem conhecer melhor a evolução das populações de mantas, especialmente a sua distribuição, comportamentos e como utiliza os habitats. Tudo isto serve para avaliar o estado de conservação de uma espécie muito importante nos ecossistemas, já que ajuda a controlar pragas. Por enquanto, ainda não há informação suficiente para se saber, com clareza, qual o seu estatuto de conservação e para definir medidas de protecção.

O que já se sabe: estima-se que existam cerca de 200 mantas na Madeira. Nos dez anos do censo já foram observadas 806 destas aves na ilha da Madeira e 105 no Porto Santo, por 220 voluntários. Em todo o arquipélago, a maioria das aves foi avistada em áreas florestais (51%); 15% foram avistadas em campos de cultivo e outros, 10% em zonas urbanas e 8% em pastagens.

Ameaças à espécie: envenenamento, electrocussão em linhas eléctricas e captura ou abate ilegal.

 

[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.

Saiba mais sobre o censo aqui.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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