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Há um novo site para registar as suas observações de aves

31.03.2015

Dê nova utilidade às notas que rabisca em cadernos ou na margem das folhas dos seus guias de identificação com as espécies de aves que observa. O PortugalAves/eBird quer pôr os portugueses a organizar e partilhar o que andam a ver.

Registe as aves que observa, organize por locais ou espécies, acrescente fotografias e visualize os seus dados em mapas interactivos e gráficos. Pode guardar tudo para si ou partilhar com outros observadores e contribuir para censos ou estudos científicos.

Esta é a proposta do PortugalAves/eBird, a versão portuguesa da plataforma online eBird, um sistema internacional criado pelas norte-americanas Cornell Lab of Ornithology e National Audubon Society. A iniciativa resulta de uma colaboração destas entidades com a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea).

O eBird, a funcionar desde 2002, quer “maximizar a utilidade e acessibilidade do grande número de observação de aves que todos os anos é feito por amadores e profissionais”, explica uma nota no site.
Desde 2008 e até agora, “o Portugal Aves estava alojado na plataforma Worldbirds”, contou à Wilder Domingos Leitão, coordenador do Departamento de Conservação Terrestre na Spea. No total tinha 1400 utilizadores registados, com cerca de 300.000 observações.

Mas como essa plataforma vai desaparecer, “houve a necessidade de procurar uma alternativa. Escolhemos o eBird que já tem uma grande penetração em Portugal e já é usado por ornitólogos amadores portugueses”, acrescentou.

“Quantas mais pessoas carregarem os seus dados para esta plataforma, mais útil será essa informação.” Neste momento há um módulo que foi criado especificamente para os observadores contribuírem para o Atlas das Aves Nidificantes. Outros serão criados a curto prazo.

As observações inseridas são publicadas automaticamente. Só em caso de dúvida – por exemplo, uma espécie rara em determinado local ou época do ano – é accionado um aviso para os editores validarem, ou não, a informação. “Ainda assim, esses dados aparecem sempre nas listas do próprio observador; só não ficam disponíveis para os outros utilizadores da plataforma”, explicou Domingos Leitão.

Se tiver problemas quanto à identificação, pode recorrer aos guias de identificação, ao fórum Aves de Portugal ou ao Comité de Raridades.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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