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Bufo-real devolvido à natureza em Penacova

14.08.2015

Um bufo-real, a maior ave de rapina nocturna de Portugal, foi devolvido à natureza nesta quarta-feira em Penacova, distrito de Coimbra. O animal esteve em recuperação no CERVAS, em Gouveia.

 

A ave (Bubo bubo) tinha sido encontrada numa zona florestal “quando ainda era muito jovem, debilitada e incapaz de voar”, explica o CERVAS – Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens.

As pessoas que encontraram o bufo-real entregaram-no ao SEPNA, o Serviço de protecção da natureza da GNR de Coimbra. Depois de ter passado pelo pólo de recepção de animais selvagens da Mata Nacional do Choupal em Coimbra, a ave foi entregue aos cuidados do CERVAS. “Não apresentava lesões mas estava magro e apático”, segundo os responsáveis do centro.

O processo de recuperação consistiu em alimentação para ganho de peso e melhoria da condição física, treino de voo e musculação.

Nesta quarta-feira, dia 12 de Agosto, a ave foi devolvida à natureza numa área florestal próxima do local onde tinha sido encontrada.

No mesmo dia, o CERVAS libertou outras aves de rapina nocturnas, todas no distrito de Coimbra: uma coruja-das-torres em Penacova e dois mochos-galegos, um em São Miguel de Poiares (Vila Nova de Poiares) e outro em Sinde (Tábua).

O bufo-real – com os seus distintivos penachos sobre a cabeça e olhos grandes cor-de-laranja – é a maior ave de rapina nocturna de Portugal, sendo mais abundante em Trás-os-Montes, Beiras, interior do Alentejo e nordeste algarvio, segundo o livro “Aves de Portugal” (2010). Pode ter entre 60 e 73 centímetros de altura e uma envergadura de asa entre os 138 e os 170 centímetros. As crias podem voar a partir dos 50 dias de idade.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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